EDUCAR É VIAJAR NO MUNDO DO OUTRO SEM NUNCA PENETRAR NELE. É USAR O QUE PENSAMOS PARA TRANSFORMAR O QUE SOMOS. AUGUSTO CURY

TEXTOS DIVERSOS (REFLEXÕES SOBRE EDUCAÇÃO)


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A Beleza da Matemática!!!

1 x 8 + 1 = 9
12 x 8 + 2 = 98
123 x 8 + 3 = 987
1234 x 8 + 4 = 9876
12345 x 8 + 5 = 98765
123456 x 8 + 6 = 987654
1234567 x 8 + 7 = 9876543
12345678 x 8 + 8 = 98765432
123456789 x 8 + 9 = 987654321
1 x 9 + 2 = 11
12 x 9 + 3 = 111
123 x 9 + 4 = 1111
1234 x 9 + 5 = 11111
12345 x 9 + 6 = 111111
123456 x 9 + 7 = 1111111
1234567 x 9 + 8 = 11111111
12345678 x 9 + 9 = 111111111
123456789 x 9 +10= 1111111111
9 x 9 + 7 = 88
98 x 9 + 6 = 888
987 x 9 + 5 = 8888
9876 x 9 + 4 = 88888
98765 x 9 + 3 = 888888
987654 x 9 + 2 = 8888888
9876543 x 9 + 1 = 88888888
98765432 x 9 + 0 = 888888888
Brilhante, não?
E ve ja esta simetria:
1 x 1 = 1
11 x 11 = 121
111 x 111 = 12321
1111 x 1111 = 1234321
11111 x 11111 = 123454321
111111 x 111111 = 12345654321
1111111 x 1111111 = 1234567654321
11111111 x 11111111 = 123456787654321
111111111 x 111111111 = 12345678987654321
Agora, veja isto…
101%
De um ponto de vista estritamente matemático:
O que é igual a 100%?
O que significa dar MAIS que 100%?
Já pensou sobre aquelas pessoas que dizem estar dando mais
do que 100%?
Todos já estivemos em situações em que alguém quer que você
DÊ MAIS DO
QUE 100%.
O que acha de ALCANÇAR 101%?
O que se iguala a 100% na vida?
Aqui está uma pequena fórmula matemática que pode ajudara
responder a
essas perguntas:
se
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
For representado como:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
24 25 26.
se
H-A-R-D-W-O-R-K (trabalho duro)
8+1+18+4+23+15+18+11 = 98%
e
K-N-O-W-L-E-D-G-E (conhecimento)
11+14+15+23+12+5+4+7+ 5 = 96%
mas
A-T-T-I-T-U-D-E (atitude)
1+20+20+9+20+21+4+5 = 100%
ENTÃO, veja onde o amor de Deus o levará:
L-O-V-E-O-F-G-O-D (amor de Deus)
12+15+22+5+15+6+7+15+4 = 101%
Portanto, pode-se concluir com certeza matemática que:
Enquanto Trabalho Duro e Conhecimento o levarão perto e
Atitude o
levará até lá,
é o Amor de Deus que o colocará no topo!

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Leitura e ludicidade: uma proposta interdisciplinar no ensino fundamental

A leitura e a ludicidade dentro de uma proposta interdisciplinar é um dos temas do processo de ensino-aprendizagem que gera uma certa discussão e reflexão sobre os métodos e processos de compreensão da construção da leitura e da escrita, o objetivo principal a (re) construção de diferentes formas de leitura no Ensino Fundamental, a partir de proposições de atividades interdisciplinares que favoreceram o desenvolvimento dos diferentes saberes e valorizaram as diversas formas de cultura popular.
Ao repensar o processo de interação entre a Leitura e a ludicidade enfatiza-se que o desenvolvimento deste projeto teve um novo olhar em relação à importância da leitura e da construção do saber partindo da diversidade de textos que permearam a concretização de um aprendizado interativo e socializador.
Nesta perspectiva trabalha-se de uma maneira lúdica buscando a compreensão e a construção de conhecimentos com atividades que interagem entre o real e o imaginário. Os contos de fadas, as fábulas, as histórias em quadrinhos, os textos informativos, enfim, as histórias infantis passadas de uma maneira simples, porém engrenadas num ambiente agradável e tematizado, surgiram como um ponto de referência para o despertar da curiosidade e estruturação do pensamento, trabalhando-se valores, hábitos e atitudes, desafiando o aluno a interagir e a transformar o contexto apresentado e ao mesmo tempo fazendo relações com a realidade existencial de cada ser.
Quando se estimula a capacidade de expressão, através da música, do folclore, dos personagens que aparecem nas histórias, proporciona-se uma socialização entre os alunos, trabalhando-se a inibição, as relações interpessoais, a expressão oral, além de integrar estes aspectos a outros conteúdos propostos.
É preciso estimular os alunos a participar de situações de intercambio oral, expondo suas experiências, sentimentos e opiniões narrando fatos relacionados ao seu dia-a-dia e as histórias conhecidas.
Essas habilidades são geradas a partir da diversidade de textos que o professor proõe para trabalhar em sala de aula, tais como poemas, músicas, bilhetes, cartas, telas, fatos, notícias de jornal, quadrinhos, narrativas tradicionais e contemporâneas. Assim Kleimam (1992, p.43) expressa em suas palavras:

Uma vez que o leitor conseguir formular hipóteses de leitura independentemente, utilizando tanto seu conhecimento prévio como os elementos formais mais visíveis e de alto grau de informatividade, como título, subtítulo, datas, fontes, ilustrações, a leitura passará a ter esse caráter de verificação de hipóteses, para confirmação ou reputação e revisão, num processo menos estruturado que aquele inicialmente modelado pelo adulto, mas que envolve, tal como o outro processo, uma atividade consciente, autocontrolada pelo leitor, bem como uma série de estratégias necessárias à compreensão.
Por isso, antes de cada texto a uma introdução, que pretende estabelecer uma interação primeira entre o texto e o leitor. Além dela, cada professor pode estabelecer seus próprios objetivos de acordo com seu planejamento ou dependendo dos interesses do grupo. Deve-se levar o aluno a fazer uma análise textual, visando a interpretação e a produção de textos, formando assim bons leitores e escritores. Através do diálogo, da investigação os textos proporcionam diferentes visões de mundo.
Além disso, não se pode esquecer que a aprendizagem se realiza através do confronto entre o que se sabe (conhecimento prévio) e a nova experiência que se vive (elemento novo).
A interação que se estabelece entre o texto escrito e o leitor é diferente daquela estabelecida entre duas pessoas quando conversam, por exemplo. Nessa última estão presentes muitos aspectos, além das palavras, gesticulações, expressão facial, entonação da voz, repetições, perguntas que dão significados à fala.
Na leitura, o leitor está diante de palavras escritas por um autor que não está presente para completar as informações. Por isso, é natural que forneça ao texto informações enquanto lê. Contudo, o texto também atua sobre os esquemas cognitivos do leitor. Quando alguém lê algo, aplica um determinado esquema, alterando-o ou confirmando-o, ou ainda tornando-o mais claro e exato. Assim, duas pessoas lendo o mesmo texto podem entender mensagens diferentes porque seus esquemas cognitivos, ou seja, as capacidades já internalizadas e o conhecimento de mundo de cada uma, são diferentes.
O ato de ler ativa uma série de ações na mente do leitor pelas quais ele extrai informações. Essas informações ou “estratégia de leitura” passam, na sua maioria, despercebidas em nível de consciência. Elas ocorrem simultaneamente, podendo ser mantidas, modificadas ou desenvolvidas durante a apropriação do conteúdo. As palavras de Kleiman nos ajudam a entender essa questão (1992, p.80):

Embora as estratégias cognitivas da leitura não possam ser modeladas, uma vez que o conhecimento que elas subjaz não está sob o nosso controle e reflexão conscientes, podemos, mediante o ensino, promover condições para que o leitor desenvolva as habilidades em, que estão apoiadas. Tais condições consistem, essencialmente, na análise de aspectos locais do texto que envolvam nosso conhecimento lingüístico sobre a estrutura da língua e no ensino do vocabulário.

Quando esta atitude estiver bem enraizada no leitor, espera-se que ele, se deparando com palavras desconhecidas num texto, mas sabendo porque e para que está lendo, consiga decidir qual o grau de conhecimento necessário para compreender este texto.
A aprendizagem da leitura constitui uma tarefa permanente que se enriquece com várias habilidades na medida em que se manejam adequadamente textos cada vez mais complexos. Por isso a aprendizagem da leitura não se restringe apenas nas séries posteriores da educação infantil, mas sim, desde que a criança se defronta com a aprendizagem num ambiente escolar, ela precisa estar em contato com a leitura, suas formas e estilos, permeando tais atividades e estabelecendo uma comunicação com a ludicidade sendo ela parte integrante de sua transformação.
A leitura é um processo de interação e (re) construção contínua e abrangente que exige atenção por ser delicada e para que estas venham a cumprirem objetivos, tais como: a construção, a socialização, a criatividade, a autonomia, a criticidade e sem dúvidas a participação ativa do educando na sociedade.
Quando esta atitude estiver bem enraizada no leitor, espera-se que ele, se deparando com palavras desconhecidas num texto, mas sabendo porque e para que está lendo, consiga decidir qual o grau de conhecimento necessário para compreender este texto.
A aprendizagem da leitura constitui uma tarefa permanente que se enriquece com várias habilidades na medida em que se manejam adequadamente textos cada vez mais complexos. Por isso a aprendizagem da leitura não se restringe apenas nas séries posteriores da educação infantil, mas sim, desde que a criança se defronta com a aprendizagem num ambiente escolar, ela precisa estar em contato com a leitura, suas formas e estilos, permeando tais atividades e estabelecendo uma comunicação com a ludicidade sendo ela parte integrante de sua transformação.
A leitura é um processo de interação e (re) construção contínua e abrangente que exige atenção por ser delicada e para que estas venham a cumprirem objetivos, tais como: a construção, a socialização, a criatividade, a autonomia, a criticidade e sem dúvidas a participação ativa do educandona sociedade.
Não existe um único modo de ensinar e desenvolver a leitura, segundo tais pressupostos, nos demos conta da grande dimensão e interação entre os aspectos literários na diversidade de textos e na ludicidade, acreditando no educando como um sujeito interativo e cidadão e o espaço em sala num ambiente inovador, valorizando a cultura através de ações interdisciplinares e atividades desafiadoras contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento da práxis pedagógica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas: Pontes, 1992.
______________. Oficia da leitura. Campinas: Pontes, 1992.
SARAIVA, Jusasara Assmann. Literatura e alfabetização: do plano do choro ao plano da ação. Porto Alegre: ArtMed, 2001.
VIGOTSKY, Leontiev S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 4ª ed. São Paulo: M. fontes. 1991.
___________________. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. Rio de Janeiro: Abril. 1988.
(Fin, Cristiane Fiuza. Leitura e ludicidade: uma proposta interdisciplinar no ensino fundamental. Revista P@rtes (São Paulo). V.00. P.eletrônica. Fevereiro de 2010. ISSN 1678-8419. Disponível em )

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A DIMENSÃO LÚDICA NA EDUCAÇÃO
O objetivo principal desse estudo foi oportunizar um repensar da importância do lúdico na alfabetização e na aprendizagem, oferecendo condições de (re) significar a partir de um olhar lúdico. Buscou-se ao longo da prática (re) construir conhecimentos e favorecer vivencias positivas de socialização para estabelecer elos afetivos, respeito e solidariedade desde a Educação Infantil.
A ludicidade requerida justifica um ensino por meio de jogos. O jogo é um universo, no qual, através de oportunidades e riscos, cada qual precisa achar o seu lugar. Podem ser trabalhados, por exemplo, através de perguntas e respostas, por regras, enfim, de inúmeras maneiras, porém, nesta pesquisa, a autora trabalhará com os jogos de palavras, dando ênfase à parte emocional, à adaptação individual e social dos aluno
Lúdico
 Ensino e aprendizagem 
Socialização
Desenvolvimento
Considerando que a ludicidade é assunto que tem conquistado espaço, principalmente na Educação Infantil por ser o “brinquedo” a essência da infância e de seu uso permitir um trabalho pedagógico que possibilite a produção do conhecimento.
O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.


O CONTEXTO HISTÓRICO DA INFANCIA E DA LUDICIDADE E A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA ALFABETIZAÇÃO


A educação lúdica esteve presente em todas as épocas, povos, contextos de inúmeros pesquisadores, formando hoje, uma vasta rede de conhecimentos não só no campo da educação, da psicologia, fisiologia, como nas demais áreas do conhecimento (ALMEIDA, 1998, p.31):
 A educação lúdica integra uma teoria profunda e uma prática atuante que tem como objetivo explicar as relações diversas do ser humano  no seu contexto histórico, social, cultural, psicológico, proporcionando a libertação  das relações reflexivas, criadoras, inteligentes, socializadoras, fazendo do ato de educar um compromisso consciente intencional, de esforço sem perder o caráter do prazer, satisfação individual e modificador da sociedade.

A BUSCA DO CONHECIMENTO ATRAVÉS DO LÚDICO


Se for despertada a curiosidade da criança, ela irá em busca de algo novo, que satisfaça suas necessidades e anseios, tornando-se responsável pelo que lhe é imposto no momento, tornando-se um cidadão crítico e criativo. Além de construir a experiência através do lúdico, o jogo faz com que a criança controle suas emoções, suas angústias e resolva seus conflitos.Diante do jogo a criança busca a satisfação dos seus desejos, dominando frustrações, enfrentando os desafios com segurança e confiança.  


Escola x lúdico

 Para que haja aprendizagem é preciso profissionais conscientes que gostem de atuar naquilo que lhes dá prazer. O professor deverá ser apaixonado pela profissão, só assim, se entregará de corpo e alma ao ensino-aprendizagem de seus alunos.
O papel da escola, na vida de um indivíduo, é organizar seu pensamento de forma que este consiga construir seu conhecimento através da autonomia. A essência do espírito lúdico é ousar, correr riscos, suportar a incerteza e a tensão.
Professor mediador x lúdico

O papel do professor mediador referente às atividades lúdicas deve sugerir experiências diversificadas e enriquecedoras, a fim de que as crianças possam fortalecer sua auto-estima e aumentar suas capacidades. “O bom êxito de toda atividade lúdica pedagógica depende exclusivamente do bom preparo e liderança do professor”. (ALMEIDA, 1998, p. 123)
O professor mediador é aquele que abre caminhos para seus alunos prosseguirem com motivação, interesse alcançando com êxito os objetivos propostos. Através do lúdico, as crianças passam a ser questionadas, sendo possível construir a partir de suas experiências.
Alguns itens que um professor mediador precisa levar em consideração:
      Buscar na teoria o suporte para sua prática;
       Construir sua competência;
      Conhecer o nível de psicogênese em que se encontra o aluno;
 Concretizar o ato de ler e escrever;
    Enriquecer o ambiente com materiais escritos;
  Considerar o erro como tentativa de acerto;conhecer o processo de aquisição da linguagem escrita;
     Oferecer atividades lúdicas;
   Trocar experiências.
O LÚDICO (RE)SIGIFICANDO O PROCESSO  DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Segundo SANTOS, 1999. p.20:
Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento, físico, afetivo, intelectual e social, pois através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais e reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento.

O lúdico na visão de Vygotsky, Winnicott e Brougére

Na visão sócio- histórica de Vygotsky, a brincadeira, o jogo, é uma atividade específica da infância, em que a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos. Essa é uma atividade social, com contexto cultural e social.
Para Winnicott, a brincadeira traz a oportunidade para o exercício da simbolização e é também uma característica humana. Observa-se que há um ponto em comum entre os pesquisadores: dentro do seu tempo, os três concordam que o brincar é fundamental no desenvolvimento da criança.;
A interação lúdica associa às significações preexistentes e aos estímulos inscritos no brinquedo uma produção de sentido e de ação que emana da criança. É o momento em que a criança se apropria dos conteúdos disponíveis, tornando-os seus, através de uma construção específica, quer ela seja ou não original. (Brougère, 1997, pág. 68)

A LUDICIDADE CONTRIBUINDO PARA O ENSINO DA LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O lúdico exerce um fascínio muito grande uma vez que é inerente ao ser humano, e, o que é melhor, à sua parte alegre, reporta-se aos momentos em que ele está feliz. Pode se manifestar através de ações que podem ser de estratégia, quando se trata de jogos, de imaginação, quando são histórias e dramatizações ou construção, enquanto artesanato.
As diversas implicações do brincar é muito coincidente com as pretensões deste trabalho. Não se trata de aceitar o jogo como algo produtivo, útil, interessante, mas de entendê-lo como uma ferramenta educacional para uso na sala de aula, no processo de motivação ao aprendizado, pois sua utilização irá além do trabalho conteudista, que acaba sendo o escopo de toda a escola, mas é capaz de desenvolver potencialidades, habilidades de cooperação e um sentido ético .Piaget (1978, p.18) esclarece em seus relatos que:

A assimilação do real para o eu é para a criança uma condição vital de continuidade e de desenvolvimento, precisamente por causa do desequilíbrio do seu pensamento. Ora, o jogo simbólico preenche esta condição dos dois pontos de vista ao mesmo tempo, das significações (do significado) e do significante. Do ponto de vista do significado, o jogo permite ao sujeito reviver experiências vividas e tende mais à satisfação do eu do que à submissão ao real. Do ponto de vista do significante, o simbolismo oferece à criança a linguagem pessoal viça e dinâmica, indispensável para exprimir sua subjetividade intraduzível somente na linguagem coletiva

Para Piaget (1976), muito mais que medidas, pesquisas, e decretos, na tentativa de melhorar o ensino, seria um olhar crítico, avaliativo, num diagnóstico simples por parte dos próprios professores, no desempenho da turma, dentro da sala de aula. Basta que se faça uma análise de rendimentos e aproveitamentos, para que se avalie o que se forma e como se forma em termos de ensino na educação brasileira.

A minha abertura ao querer bem significa a minha disponibilidade à alegria de viver. Justa alegria de viver, que assumida plenamente, não permite que me transforme num ser “adocicado” nem tampouco num ser arestoso e amargo.
                                               (Paulo Freire)

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Sobre Educação -  Palestra ministrada por Içami Tiba

1. A educação não pode ser delegada à escola. Aluno é transitório. Filho é para sempre. 
2. O quarto não é lugar para fazer criança cumprir castigo. Não se pode castigar com internet, som, tv, etc...  
3. Educar significa punir as condutas derivadas de um comportamento errôneo. Queimou índio pataxó, a pena (condenação judicial) deve ser passar o dia todo em hospital de queimados.
4. É preciso confrontar o que o filho conta com a verdade real. Se falar que professor o xingou, tem que ir até a escola e ouvir o outro lado, além das testemunhas.
5. Informação é diferente de conhecimento. O ato de conhecer vem após o ato de ser informado de alguma coisa. Não são todos que conhecem. Conhecer camisinha e não usar significa que não se tem o conhecimento da prevenção que a camisinha proporciona.
6. A autoridade deve ser compartilhada entre os pais. Ambos devem mandar. Não podem sucumbir aos desejos da criança. Criança não quer comer? A mãe não pode alimentá-la. A criança deve aguardar até a próxima refeição que a família fará. A criança não pode alterar as regras da casa. A mãe NÃO PODE interferir nas regras ditadas pelo pai (e nas punições também) e vice-versa. Se o pai determinar que não haverá um passeio, a mãe não pode interferir. Tem que respeitar sob pena de criar um delinquente. 
7. Em casa que tem comida, criança não morre de fome . Se ela quiser comer, saberá a hora. E é o adulto quem tem que dizer QUAL É A HORA de se comer e o que comer.
8. A criança deve ser capaz de explicar aos pais a matéria que estudou e na qual será testada. Não pode simplesmente repetir, decorado. Tem que entender.
9. É preciso transmitir aos filhos a idéia de que temos de produzir o máximo que podemos. Isto porque na vida não podemos aceitar a média exigida pelo colégio: não podemos dar 70% de nós, ou seja, não podemos tirar 7,0.
10. As drogas e a gravidez indesejada estão em alta porque os adolescentes estão em busca de prazer. E o prazer é inconsequente.
11. A gravidez é um sucesso biológico e um fracasso sob o ponto de vista sexual.
12. Maconha não produz efeito só quando é utilizada. Quem está são, mas é dependente, agride a mãe para poder sair de casa, para fazer uso da droga . A mãe deve, então, virar as costas e não aceitar as agressões. Não pode ficar discutindo e tentando dissuadi-lo da idéia. Tem que dizer que não conversará com ele e pronto. Deve 'abandoná-lo' .
13. A mãe é incompetente para 'abandonar' o filho. Se soubesse fazê-lo, o filho a respeitaria. Como sabe que a mãe está sempre ali, não a respeita.
14. Se o pai ficar nervoso porque o filho aprontou alguma coisa, não deve alterar a voz. Deve dizer que está nervoso e, por isso, não quer discussão até ficar calmo. A calmaria, deve o pai dizer, virá em 2, 3, 4 dias. Enquanto isso, o videogame, as saídas, a balada, ficarão suspensas, até ele se acalmar e aplicar o devido castigo.
15. Se o filho não aprendeu ganhando, tem que aprender perdendo.
16. Não pode prometer presente pelo sucesso que é sua obrigação. Tirar nota boa é obrigação. Não xingar avós é obrigação. Ser polido é obrigação. Passar no vestibular é obrigação. Se ganhou o carro após o vestibular, ele o perderá se for mal na faculdade.
17. Quem educa filho é pai e mãe. Avós não podem interferir na educação do neto, de maneira alguma. Jamais. Não é cabível palpite. Nunca.
18. Se a mãe engolir sapos do filho, ele pensará que a sociedade terá que engolir também.
19. Videogames são um perigo: os pais têm que explicar como é a realidade, mostrar que na vida real não existem 'vidas', e sim uma única vida. Não dá para morrer e reviver. Não dá para apostar tudo, apertar o botão e zerar a dívida.
20. Professor tem que ser líder. Inspirar liderança. Não pode apenas bater cartão.
21. Pais e mães não pode se valer do filho por uma inabilidade que eles tenham. 'Filho, digite isso aqui pra mim porque não sei lidar com o computador'. Pais têm que saber usar o Skype, pois no mundo em que a ligação é gratuita pelo Skype, é inconcebível pagarem para falar com o filho que mora longe.
22. O erro mais frequente na educação do filho é colocá-lo no topo da casa. O filho não pode ser a razão de viver de um casal. O filho é um dos elementos. O casal tem que deixá-lo, no máximo, no mesmo nível que eles. A sociedade pagará o preço quando alguém é educado achando-se o centro do universo.
23. Filhos drogados são aqueles que sempre estiveram no topo da família.
24. Cair na conversa do filho é criar um marginal. Filho não pode dar palpite em coisa de adulto. Se ele quiser opinar sobre qual deve ser a geladeira, terá que mostrar qual é o consumo (KWh) da que ele indicar. Se quiser dizer como deve ser a nova casa, tem que dizer quanto isso (seus supostos luxos) incrementará o gasto final.
25. Dinheiro 'a rodo' para o filho é prejudicial. Mesmo que os pais o tenham, precisam controlar e ensinar a gastar.
Frase: "A mãe (ou o pai!) que leva o filho para a igreja, não vai buscá-lo na cadeia..."
Palestra ministrada pelo Dr. Içami Tiba, Psiquiatra, em Curitiba, 23/07/08. Médico pela Faculdade de Medicina da USP. Psiquiatra pelo Hospital das Clínicas da FMUSP; Professor-Supervisor de Psicodrama de Adolescentes pela Federação Brasileira de Psicodrama. Membro da Equipe Técnica da Associação Parceria Contra Drogas – APCD. Membro Eleito do Board of Directors of the International Association of Group Psychotherapy. Conselheiro do Instituto Nacional de Capacitação e Educação para o Trabalho “Via de Acesso”.

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O BOM HUMOR DOS PROFESSORES – Gabriel Chalita

O ser humano é um animal que ri. Pode parecer uma afirmativa leviana, mas o riso, a alegria, e suas manifestações, fazem diferença para que o homem seja quem é. Pesquisadores, antropólogos e escritores já analisaram essa característica, e concluíram que os homens melhoram quando riem. Henri Bergson, por exemplo, quando escreveu como tese de doutoramento “O riso – ensaio sobre a significação do cômico”. No Brasil, recentemente, Flávio Moreira da Costa compilou os cem melhores contos de humor da literatura universal, pela Ediouro. Entre eles Anton Tchekhov, um mestre na arte de fazer rir.
O preâmbulo serve para apoiar uma reflexão sobre o papel do bom humor nas relações professor-aluno, e como o aprendizado pode ser facilitado com isso.

Alegria é algo muito próximo do prazer. E não há como discutir que o aprendizado só se dá se o processo for prazeroso.
A criança imita atitudes, no processo de construção de sua identidade. Desenvolve habilidades e competências com base no que percebe em casa, inicialmente, e na escola, quando chega o momento de freqüentar escola. Os bloqueios também começam a aparecer, muitas vezes por causa de atitudes quase sempre irrefletidas dos pais e dos educadores: apatia, indiferença, impaciência, intolerância, incompaixão. E talvez não haja nada que intimide mais uma criança do que uma carranca. Há algo mais opressor do que uma criança que não se sente à vontade para fazer perguntas ao professor porque tem medo da cara feia dele?

A atitude correta de pais e professores é a proteção. Não a proteção que engole, que apequena, que aprisiona. Mas a proteção que acolhe, que cuida, que prepara para o desenvolvimento da autonomia e do sonho. A criança tem de ser incentivada a sonhar e a realizar desde sempre. No mundo fantasioso da infância, pululam personagens e situações que não devem ser descartadas ou desprezadas. Todas com cara alegre, que cantam, que dançam, que vivem de bom humor.

Quem está sempre de mau humor é o vilão, o bandido, aquele personagem que as crianças abominam e repelem. Pais contadores de histórias estimulam mais esse universo onírico, além de estarem mais presentes com os filhos. Isso é bom, desde que seja reservado espaço muito definido entre o que é bom e o que é ruim, entre o que é certo ou errado, justo ou injusto, mentiroso ou verdadeiro. Olhando para essas características, é fácil perceber que o que é ruim, errado, mentiroso e injusto, quase sempre tem cara feia, produto de tristeza e de rancor. Ao contrário, o que é certo, verdadeiro, bom e justo, tem aparência alegre.

Aí está o papel do bom humor. É amenizar o coração. E assim permitir que as pessoas tenham atitudes igualmente amenas. O sorriso no rosto reflete e até condiciona o estado de espírito. O professor que sorri certamente terá mais inclinação para fazer comentários positivos sobre as diferenças de cultura, ideologia, classe social, gênero etc.

A literatura está cheia de exemplos de bom humor. Mário Quintana é um dos mais divertidos. O escritor tem uma vocação que tem tudo a ver com o magistério. A literatura educa. E por isso vou citar uma escritora, também mestra na arte do bom humor. Lygia Fagundes Telles, no conto Eu era mudo e só, tem um trecho divertido do personagem Manuel, que se sente oprimido pelo casamento:

…”Ou a mulher fica aquele tipo de amigona e etc. e tal ou fica de fora. Se fica de fora, com a famosa sabedoria da serpente misturada à inocência da pomba, dentro de um tempo mínimo conseguirá indispor a gente de tal modo com os amigos que quando menos se espera estaremos distantes deles as vinte mil léguas submarinas. No outro caso, se ficar a tal que seria nosso amigo se fosse homem, acabará gostando tanto dos nossos amigos, mas tanto, que logo escolherá o melhor para se deitar. Quer dizer, ou vai nos trair ou chatear. Ou as duas coisas…”

Toda pessoa pode ser assertiva sem ser amarga. Toda pessoa é capaz de docilidade e de ternura. Basta desfazer as rugas da testa. Suavizar o rosto para suavizar a alma. Porque o que sentimos repercute na forma com que tratamos o outro. E, sem dúvida, a atitude do professor condiciona o resultado do aprendizado.

Há muitas informações que vão sendo oferecidas aos alunos e, aos poucos, descartadas. Isso faz parte do desenvolvimento cognitivo. Ninguém é capaz de memorizar tudo o que aprendeu desde sempre. Datas são esquecidas, nomes, lugares. Conteúdos específicos, se não utilizados, ficam armazenados em algum lugar, e não representam mais significado. Mas há algo que não sai jamais da memória: o gesto amigo, o acolhimento e o sorriso no rosto.

Artigo publicado na Revista Profissão Mestre, edição de maio/2008 (http://mscamp.wordpress.com/2008/11/14/o-bom-humor-dos-professores-gabriel-chalita/)
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Uma breve reflexão sobre gestão escolar, metodologia, currículo, professores, planejamento e avaliação
Texto Cristiane Fiuza
O Projeto Político-pedagógico assume, na concepção de Veiga (1995, p.13), duas dimensões educativas para o corpo docente e, a comunidade, que na perspectiva da gestão democrática amplia o processo participativo.
É político no sentido de compromisso da formação de cidadão para um tipo de sociedade [...]. É pedagógico no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias das escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade.
A prática pedagógica está intimamente relacionada à concepção do Projeto da Escola. Este tem como ponto de partida  para sua elaboração a escuta dos diferentes segmentos da comunidade escolar: alunos, famílias, professores e técnicos administrativos (os profissionais da educação). Ouvir as expectativas das pessoas envolvidas com o espaço educativo na perspectiva da construção de uma prática pedagógica significativa, quanto à educação desejada e os fins e objetivos da educação escolar na vida das pessoas, envolve também, pesquisa antropológica, no sentido de conhecimentos mais efetivos das demandas da comunidade.
Traçar os fins e os objetivos de um Projeto de Escola que numa perspectiva de gestão democrática consulta e envolve a comunidade na construção da sua proposta, envolve um corpo docente que também, , ativamente se envolve num processo de debates e estudos, podendo este ser acompanhado por parcerias externas ou não, dependendo do nível de participação e de envolvimento de cada escola. Segundo Silva (1996, p.16):
São muitos aqueles que se envolvem e se envolveram com projetos de melhoria do ensino com base na autonomia da escola, e tais experiências, interrompidas pela descontinuidade administrativa, pela incompreensão da comunidade onde ocorreram ou mesmo pela “inércia ativa” da organização burocrática das instituições de ensino, tornan-se, na maioria das vezes, fonte de recordações não muito animadoras.
Na perspectiva de qualificar os processos de participação na comunidade escolar e, poder construir um projeto que sinalize a identidade da escola com relação ao seu currículo, a metodologia escolhida e o seu processo é que algumas instituições estão sendo parceiras.
Edgar Morin (2004) aponta também para a perspectiva do reaprender a pensar. Para nos afastarmos de uma formação fragmentada e pensarmos no movimento interdisciplinar/transdisciplinar precisamos nos desafiar na aventura da complexidade. Nas escolas onde ainda encontramos  concepção de ensino como transmissão de conteúdos que devem ser memorizados, onde a idéia de aprender está relacionada com a capacidade de reter informações na memória, encontramos professores que ainda pensam no espaço da escola como o único lugar de aprendizagem das crianças, dos jovens e dos adultos.
Os tempos da escola, também devem ser (re) significados, na produção de outros sentidos: o desafio à criatividade, à criatividade, à qualificação permanente e a solidariedade. A reorganização curricular nas escolas demanda também uma reorganização metodológica, sendo apontada hoje, como um dos problemas que os professores têm enfrentado com relação às deficiências da sua formação inicial.
Metodologias centradas em temas geradores, metodologias alicerçadas na expressão lúdico-criativa, metodologias alicerçadas no jogo, metodologias alicerçadas em projetos são, entre tantas outras, propostas que têm sido experienciadas pelas escolas, construídas em consonância com o projeto Pedagógico da Escola.
Hoje as questões curriculares estão relacionadas aos problemas sociais em dias mais recentes, aos aspectos culturais. A sociedade pós-moderna se caracteriza pela complexidade. O currículo é o lugar dos eventos micro e macro, dos sistemas educacionais, das instituições, a um tempo, e o lugar também dos desejos mínimos, por outro. As decisões tomadas a respeito do currículo micro ou macro afetam sempre vidas, sujeitos.
Pelo parecer nº4/98, do Conselho Nacional de Educação, podemos compreender que, ao fixar as Diretrizes Nacionais para ao Ensino Fundamental, quer ensinar que: “currículo, atualmente engloba outros três, quais sejam, currículo formal (planos e propostas pedagógicas); currículo em ação (aquilo que, efetivamente, acontece na sala de aula e nas escolas); currículo oculto  (o não dito, aquilo que tanto alunos, quanto professores trazem carregados de sentidos próprios, criando as formas de relacionamento, poder e convivência na sala de aula).
Se a divisão de conteúdo é possível para fins de análise, é possível na prática do cotidiano escolar. Lá, o currículo será sempre o resultante desses três eleme4ntos: aquilo que se deseja, aquilo que, de fato, se consegue alcançar; aquilo de que poucos, na verdade, se dão conta. Currículo é, por conseqüência, “o projeto cultural que a escola torna possível”.
Currículo não é somente uma relação de “disciplinas”, nem mesmo uma coleção de “conteúdos”, a serem aprendidos. É, isto sim, o conjunto de decisões de caráter administrativo, que estruturam os cursos, a presença, ou a ausê4ncia de recursos de ensino, a disponibilidade, ou não, de livros textos e de biblioteca escolar, a predisposição, ou não, dos professores para trabalhar em equipe, o maior ou o menor envolvimento dos pais nas atividades e nas decisões, que dizem respeito à escolarização...
O currículo entendido como esse conjunto complexo de elementos está, por isso mesmo, sujeito a múltiplas condicionantes, sobre algumas das quais é possível intervir, pelo menos em certa medida: o ambiente, os recursos, os professores, o planejamento e a avaliação.
O espaço reservado especialmente reservado ao professor – como responsável pela ênfase dada aos diferentes conteúdos, pela organização das situações de aprendizagem e pela avaliação dos resultados – é capaz de confirmar, subverter ou negar os propósitos de um currículo, enquanto construção do coletivo de uma comunidade escolar.
A superação da idéia de que as matérias podem ser tratadas como estanques e de que o conhecimento do aluno se estrutura por justaposição de aprendizagens, quase sempre desconexas, exige que cada professor tenha plena consciência das interrelações entre as diferentes áreas do conhecimento. Mas, mais do que isso o professor precisa se dar conta de que a essência do seu trabalho está “na aquisição” (pelo aluno) de competências cognitivas complexas, cuja importância vem sendo cada vez mais enfatizada: autonomia intelectual, criatividade, solução de problemas, análise mais verdadeira para jovens provenientes de ambientes culturais e sociais em que o uso da linguagem é restrito e a sistematização do conhecimento espontâneo raramente acontece.
Planejar currículo é estabelecer metas, definir estratégias, fixar tempos, organizar espaços escolares, com a intenção de alcançar as finalidades dos diferentes níveis de ensino, tendo em vista as finalidades maiores da educação nacional.Passar de uma situação em que planejar currículo era tão somente elaborar uma grade dispondo um rol de disciplinas com uma carga horária – para outra situação – em que planejar currículo é um empreendimento cultural – requer nem sempre satisfatoriamente presente nas escolas.
A avaliação, outro componente da prática pedagógica, também tem sido tema de debates entre os professores e, talvez tenha se constituído, num dos problemas cruciais da escola, porque explicita resultados e, muitas vezes, não os esperados pelo professor.
Práticas de avaliação por notas têm sido discutidas à luz de outras experiências que tentam, dar continuidade à uma prática pedagógica emancipatória e crítica, tendo outros valores e objetivos no ato de avaliar.
Da avaliação depende a possibilidade de contar com dados capazes de informar a tomada de decisões sobre o currículo. Se os dados não existirem, ou forem de validade duvidosa, o currículo ficará a mercê de pressentimentos e improvisos, com a seriedade e a responsabilidade com que a educação merece ser tratada.

REFERENCIAS
ANTUNES, Celso.A avaliação da aprendizagem escolar. Fascículo 11 – Petrópolis: Vozes, 2002.
DELORS, Jacques. Educação um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 2001.
FAZENDA, Ivani, C.A. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. Campinas: Papirus, 1994.
LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar. Estudo e preposições. São Paulo: Vozes, 1994.
SILVA, Tomás Tadeu. Documentos de Identidade: Uma introdução as teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1996.
VEIGA, Ilma Passos. Escola: Espaço do projeto político-pedagógico. Campinas: Papirus, 1999.
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CAPACIDADES, HABILIDADES E COMPETÊNCIAS
Para iniciarmos a discutir sobre competência na educação, sem dúvida precisamos estender nosso olhar para a Conferência Mundial de Educação para todos, realizada em Jomtien, na Tailândia, em 1990 onde foram definidos os quatro pilares da educação, que deveriam ser a meta para o desenvolvimento educacional em todos os países signatários de seus documentos. Esses pilares são:
ð    Aprender a conhecer;
ð    Aprender a fazer;
ð    Aprender a viver com os outros;
ð    Aprender a ser.
Pode-se perceber que são objetivos que vão muito além da informação ou mesmo do mero desenvolvimento de um conhecimento intelectual. Abarcam toda a formação humana e social da pessoa. É fácil perceber que metas desse porte envolvem conhecimento, comportamento, conceito, procedimentos, valores, atitudes, saber fazer e ser. Conforme Delors (2001, p.94), pode-se dizer que “qualidades como a capacidade de comunicar, de trabalhar com os outros, de gerir e de resolver conflitos, torna-se cada vez mais importante”.
Não podemos ser atingidos com um ensino livresco, fragmentado, conteudista, estereotipado, estagnado. Exigem novas perspectivas, uma nova visão da Educação.
Celso Antunes (2001) faz uma referência aos quatro pilares:

· Aprender a conhecer – adquirir as competências para a compreensão, incluindo dos próprios instrumentos do conhecimento, quem aprende a conhecer aprende a aprender;
· Aprender a fazer – embora quem aprenda a conhecer já esteja aprendendo a fazer, esta segunda aprendizagem enfatiza a questão da formação e o preparo para o mundo do trabalho;
·  Aprender a viver juntos, a viver com os outros – os caminhos do autoconhecimento e da auto-estima são os mesmos da solidariedade e da compreensão;
·  Aprender a ser – retoma a idéia de que todo o sr humano deve ser preparado inteiramente – espírito e corpo, inteligência e sensibilidade, sentido estético e responsabilidade pessoal, ética e espiritualidade para elaborar pensamentos autônomos e críticos e também para formar os próprios juízos de valores, de modo a poder decidir por si mesmo, como agir em diferentes circunstâncias da vida.

Segundo Perrenoud (2000) competência em educação é a faculdade de mobilizar diversos recursos cognitivos que incluem saberes, informações, habilidades operatórias e principalmente as inteligências – para com eficácia e permanência enfrentar e solucionar uma série de situações ou problemas.
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A educação e os fatores sócio-econômico-político-culturais

O novo milênio é também um aceno das transformações sociais, econômicas, políticas e culturais. A educação é a atividade por meio da qual se produz e se distribui o conhecimento. Isso tem uma importância histórica inédita.
Sabemos que uma sociedade está sempre buscando relações. No mundo globalizado, as diferenças culturais se nivelam numa estandartização desconcertante. E aquilo que resta de estruturas culturais tradicionais se encontra revestido de um novo sentido, capitalista e contemporâneo.
A originalidade dos traços culturais é posta em dúvida numa economia planetária e de produção em massa. Assim, a educação tem como objetivo, o desenvolvimento das gerações de uma sociedade e, a filosofia nos ajuda a refletir sobre o que e como devem ser essas gerações e essa sociedade.
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A função da escola
Qual é a função da escola? Esta pergunta desperta em nós educadores uma reflexão e um questionamento sobre a nossa prática pedagógica em sala de aula. Portanto antes de tudo é preciso refletir e questionarmos nossa prática pedagógica, nossa visão de mundo e nossos objetivos.
Somos educadores e, como tal, temos a obrigação de saber a utilidade dos conteúdos que transmitimos a nossos educandos, bem como noção da qualidade do nosso fazer pedagógico. Precisamos ter consciência que o que ensinamos deve servir para melhorar a qualidade de vida de nossos alunos, tornando-os cidadãos capazes de intervir no processo social de seu tempo adquirindo autonomia e consciência crítica para escreverem a sua própria história. O ato de educar é um ato social.
Para entendermos melhor a função da escola temos que ter clareza do que é conhecimento científico, saber popular e conteúdos escolares.
        Conhecimento científico: está subordinado ao preparo científico e deve apresentar algumas características como a universalidade, objetividade, previsibilidade e aplicabilidade. Quando comparamos o conhecimento cientifico com o saber popular notamos que este último não depende de nenhum preparo prévio e pode ser adquirido por qualquer indivíduo, surgindo de uma aprendizagem qualquer. Entretanto são inúmeros os conhecimentos científicos surgidos a partir dessas aprendizagens desordenadas. Por isso é interessante submeter o conhecimento leigo ou saber popular, ao método científico, e assim testar, sua eficiência e validade;
        Conteúdos escolares: nessa necessidade de saberes os conteúdos escolares poderão ser desenvolvidos através do método científico. A um conjunto de processos para conseguir um objetivo chamamos de método. O método mais adequado para busca do conhecimento é o método científico.
Para que seja um sucesso a aplicação do método científico é necessário que o raciocínio seja organizado obedecendo as seguintes etapas:
ü   Observação ou aparecimento do problema;
ü   Definição e análise do problema;
ü   Experimentação;
ü   Análise dos resultados;
ü   Conclusão e generalização;
ü   Aplicação na vida prática.
O principal objetivo do método científico na escola é encaminhar o educando à:
§    Observação;
§    Experimentação;
§    Análise e reflexão crítica;
§    Interpretação de fatos e fenômenos.
Uma característica fundamental da aprendizagem por descoberta e a participação efetiva do aluno. O esforço para a aquisição do conhecimento parte do próprio aluno. A aprendizagem por descoberta é o processo de interação do sujeito com meio (físico e social) no qual adquire novas estruturas cognitivas ou altera as que já possui.
Através do experimento se expressa o empirismo básico da ciência, portanto, o princípio central da aplicação dos métodos experimentais é que deve-se sempre aceitar o resultado, quer seja positivo ou negativo.
Entre as técnicas mais adequadas para quem utiliza o método da descoberta citamos três: técnica de problemas, técnica de redescobertas e técnica de projetos. O professor nesse processo, torna-se também um observador, um partícipe, alguém que ajuda a discutir as soluções sem que tenha respostas prontas e, principalmente, que disponibiliza material de consulta para a solução dos problemas. Para Luckesi (1994):


Conhecimentos são os resultados críticos da ciência e da filosofia, na medida em que procuram desvendar a realidade. Habilidades são modos adequados de agir em determinada situação, seja ela mental, social ou manual. Hábitos são modos de agir que se tornaram automatizados, de tal forma que reduzem o tempo e aumentam a perfeição em sua execução. Convicções são os valores, os significados que, assumidos por cada sujeito, direcionam a sua vida individual e social.
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Diferentes concepções da disciplinaridade
&       Multidisciplinaridade – ocorre quando, para solucionar um problema, busca-se informação e ajuda em várias disciplinas, sem que tal interação contribua para modifica-las ou enriquece-las. Seria a mera justaposição de matérias diferentes, com a intenção de esclarecer alguns elementos, é a convivência de saberes.Para Piaget, a multidisciplinaridade reflete o nível mais baixo de coordenação. A comunicação entre as diversas disciplinas ficaria reduzida a um mínimo;
&       Pluridisciplinaridade – para Santomé é “a justaposição de disciplinas mais ou menos próximas, dentro de um mero setor de conhecimentos. Por exemplo: química e física; biologia e matemática; sociologia e história... é uma forma de cooperação que visa a melhorar as relações entre essas disciplinas. Vem a ser  uma relação de mera troca de informações,k uma simples acumulação de conhecimentos”. Aparece como uma estratégia ime4diata, que pouco contribui para a integração.
&       Interdisciplinaridade – segundo nível de associação entre as disciplinas, em que a cooperação entre várias disciplinas provoca intercâmbios reais, com enriquecimentos mútuos, e, conseqüentemente, uma transformação de suas metodologias de pesquisa,modificação de conceitos, de terminologias... è a conjugação dos saberes para uma produção unificada. È a integração entre as disciplinas. Para Fazenda (1994), “o pensar interdisciplinar parte do princípio de que nenhuma forma de conhecimento é em si mesma racional. Tenta, pois, o diálogo com outras formas do conhecimento, deixando-se interpretar por elas”.No debate acerca da interdisciplinaridade, ao nível de pedagogia, não existe um consenso sobre a existência de uma pedagogia interdisciplinar. Existem apenas experiências reconhecidas como interdisciplinares e que pretendem ao longo do tempo configurar uma pedagogia interdisciplinar. Para Japiassu (1976, p.44), ela tem por objetivo a interação das disciplinas (ou áreas do saber) para produzir um “conhecimento integrado do humano”. Sabe-se que o trabalho interdisciplinar supõe uma interação, indo desde a simples comunicação das idéias até a integração mútua de conceitos, da epistemologia e da metodologia, dos procedimentos, dos dados e da oraganização da pesquisa.Ora, um saber que não se questiona é um obstáculo ao avanço dos saberes. Para Japiassu (1994) “o professor que não cresce, que não estuda, que não se questiona, que não pesquisa, deveria ter a dignidade de aposentar-se porque já é portador de paralisia intelectual ou esclerose precoce”. Conhecer o conhecimento dessa forma representa um passo à frente para a análise da interdisciplinaridade – transformar o mundo e transformar-se.
&       Transdisciplinaridade – é uma etapa superior de integração, trata-se da construção de um sistema total, sem fronteiras sólidas entre as disciplinas, ou seja, de “uma teoria geral de sistemas ou estruturas, que inclua estruturas operacionais, estruturas de regulamentação e sustenta probabilísticos, e que uma estas diversas possibilidades por meio de transformações reguladas e definidas”(Piaget, 1979).è o nível superior da interdisciplinaridade, de coordenação, onde desaparecem os limites entre as diversas disciplinas e se forma um sistema total que ultrapassa o plano das relações e interações entre as disciplinas. Sua finalidade seria construir esses modelos utilizáveis e transversíveis entre as diversas disciplinas, evitando ao mesmo tempo a perda de esforços da repetição e o fato de que  cada disciplina tenha de dedicar muito tempo a trabalhos já efetuados por outras matérias.
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Como implementar a dimensão interdisciplinar em práticas pedagógicas nas escolas?
A interdisciplinaridade sustenta uma visão de que o homem e o mundo são por princípios indivisíveis, contudo o homem são se percebe assim. Por isso, o movimento interdisciplinar na ciência busca reativar esse princípio fundador de indivisibilidade e de dinamicidade nas relações entre ambos.
No processo de planejamento a ação é expressa pelo objetivo, mas é a estratégia que dirá os critérios de comportamento da ação. Esses critérios formam um todo contínuo, não se dão de maneira isolada mas aparecem como complementares e integrados com a finalidade de estabelecer relações cada vez mais complexas e abrangentes. São elas:
Ø    Globalidade ou conjunto – o mais importante é a superação da visão fragmentada dando à ação um sentido de conjunto;
Ø   Unidade ou elemento – quanto maior for a capacidade da unidade maior será o seu benefício de trocas;
Ø   Relatividade – propõe a exteriorização da unidade para que através de sua abertura se torne mais especializada e vencedora nas relações de conjunto;
Ø   Integração e critério – quanto maior for o grau de interação entre os parceiros, mais profundo será o grau de cooperação interdisciplinar;
Ø  Mudança e transformação – continuidade crescente de transformações que estabelece, é um processo permanente de busca e reestruturação.
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Sobre inclusão...


A inclusão é uma inovação, cujo sentido tem sido muito distorcido e um movimento muito polemizado pelos mais diferentes segmentos educacionais e sociais. No entanto, inserir alunos com déficits de toda ordem, permanentes ou temporários, mais graves ou menos severos no ensino regular nada mais é do que garantir o direito de todos à educação - e assim diz a Constituição.
O objetivo desta reflexão é clarear o sentido da inclusão, como inovação, tornando-o compreensível, aos que se interessam pela educação como um direito de todos, que precisa ser respeitado. Pretendemos, também demonstrar a viabilidade da inclusão pela transformação geral das escolas, visando a atender ao princípio democrático da educação para todos só se evidencia nos sistemas educacionais que se especializam em todos os alunos, não apenas em alguns deles, os alunos com deficiência.
A inclusão, como consequência de um ensino de qualidade para todos os alunos provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize e para que os professores aperfeiçoem as suas práticas. É uma inovação que implica num esforço de atualização e reestruturação das condições atuais da maioria de nossas escolas de nível básico.Toda criança precisa da escola para aprender e não para marcar passo ou ser segregada em classes especiais e atendimentos à parte. A trajetória escolar não pode ser comparada a um rio perigoso e ameaçador, em cujas águas os alunos podem afundar. Mas há sistemas organizacionais de ensino que tornam esse percurso muito difícil de ser vencido, uma verdadeira competição entre a correnteza do rio e a força dos que querem se manter no seu curso principal.
Um desses sistemas, que muito apropriadamente se denomina "de cascata", prevê a exclusão de algumas crianças, que têm déficits temporários ou permanentes e em função dos quais apresentam dificuldades para aprender. Esse sistema contrapõe-se à melhoria do ensino nas escolas, pois mantém ativo, o ensino especial, que atende aos alunos que caíram na cascata, por não conseguirem corresponder às exigências e expectativas da escola regular. Para se evitar a queda na cascata, na maioria das vezes sem volta, é preciso remar contra a correnteza, ou seja, enfrentar os desafios da inclusão : o ensino de baixa qualidade e o subsistema de ensino especial, desvinculadae justaposto ao regular.Priorizar a qualidade do ensino regular é, pois, um desafio que precisa ser assumido por todos os educadores. É um compromisso inadiável das escolas, pois a educação básica é um dos fatores do desenvolvimento econômico e social.
Trata-se de uma tarefa possível de ser realizada, mas é impossível de se efetivar por meio dos modelos tradicionais de organização do sistema escolar.A escola para a maioria das crianças brasileiras é o único espaço de acesso aos conhecimentos universais e sistematizados, ou seja, é o lugar que vai lhes proporcionar condições de se desenvolver e de se tornar um cidadão , alguém com identidade social e cultural.
Melhorar as condições da escola é formar gerações mais preparadas para viver a vida na sua plenitude, livremente, sem preconceitos, sem barreiras. Não podemos nos contradizer nem mesmo contemporizar soluções, mesmo que o preço que tenhamos de pagar seja bem alto, pois nunca será tão alto quanto o resgate de uma vida escolar marginalizada, uma evasão, uma criança estigmatizada, sem motivos. A escola prepara o futuro e de certo que se as crianças conviverem e aprenderem a valorizar a diversidade nas suas salas de aula, serão adultos bem diferentes de nós, que temos de nos empenhar tanto para defender o indefensável.
Texto de Adriana Ribeiro Fiuza Bugs
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AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
Nas tendências educacionais que perpassam os tempos podemos entender a grande diferença entre processos pedagógicos que se distanciam de nossa realidade.
A falta de formação e a falta de compreensão da realidade educacional já viveu a tempos atrás uma crise de desenvolvimento dos personagens desta educação que vem sendo aos poucos transformada. A educação passou por varias etapas de um processo, onde se mostram de maneira diversificada, elitilizada ou politizada.
“... sempre vi alfabetização como um ato político, um ato de conhecimento, por isso mesmo um ato criador.”(FREIRE, Paulo. 2000, p.19).
a consciência educacional que começamos a ser inseridos, vem a partir de uma reflexão da realidade vivida ontem e hoje, comparando-a aos processos que fizeram parte de nossa educação e desenvolvimento moral e intelectual.
Por muito tempo a educação tradicional se deu por meio da memorização e de conceitos que deveriam  ser entendidos e não decorados, e com isso deu-se uma total redimensão de um a existência subordinada a interesses comuns, minoritários para a repetição do que era favorável e mas acessível aos agentes da educação.
Tudo isso ocorrendo num contexto com normas e requisitos num processo de preparo exclusivamente para reprodução do que era transmitido sem perspectivas de buscar respostas aos problemas lançados, mas com o intuído de simplesmente servir de instrumento de uma educação bancária, como afirma Paulo Freire em suas palavras sobre educação.
Mas aos poucos, as idéias foram se transformando e a busca por formar não somente para o trabalho mas para uma consciência crítica, criativa e politizada, foi se aprimorando e as buscas das novas realidades, e novas ferramentas, fez com que as tendências fossem tomando novas formas e dimensões, novas ideologias, através de uma dialética perfeita sobre o processo educativo.
Essa busca de informações variadas sobre a experiência de cada indivíduo se restringe aos sujeitos da educação os quais tem em mente uma realidade da diversidade cultural e da estrutura educacional, perpassando pela quantidade de informações que cada indivíduo trás consigo.
“O verdadeiro curso no desenvolvimento do pensamento não vai do individual para o socializado, mas do social para o individual.”(VYGOTSKY. 1993, p.18).
fazendo um paralelo sobre a educação de ontem e hoje, percebemos que aquela educação vivida lá nas turminhas multiseriadas se mostra numa perspectiva tradicional, envolta em processos de memorização com o objetivo de formar o aluno desvinculado da realidade concreta, onde o professor via no seu aluno um modelo idealizado não tendo ele nada a ver com a vida presente e futura, com matérias isoladas, desvinculadas da realidade.
Ainda é uma tendência que se preocupa com métodos de lógica e seqüência, é utilizado material concreto mas sem fazer com que o aluno possa interagir com aquilo que lhe é mostrado, repensando e problematizando o processo de aprendizagem.
Muito foi falado, muitas transformações perpassam os tempos, mas o comodismo era maior, então, tendências como a pedagogia renovada, da escola nova, a didática moderna, o tecnicismo, o cunho progressista(pedagogia libertadora, crítico social dos conteúdos, libertária) muitas vezes, ou não eram aceitas por causa do medo de perder o controle das aulas, ou seja, ainda em tempos de hoje o professor com seu autoritarismo, impõe sua vontade e é dono da razão e, em outras vezes por falta de aperfeiçoamento é difícil entender e escolher a maneira mais apropriada para se trabalharem sem corromper os conhecimentos que nossos alunos já trazem consigo.
O melhor jeito de se trabalhar não e se aprender a uma tendência apenas, é sim buscar através da pesquisa, meios para a construção do saber, é repensar o processo educativo, trazendo para a realidade um pouquinho de cada tendência, de cada educador que se preocupou em reformular conceitos, os quais julgavam ultrapassados, é buscar ferramentas e se apoiar em tudo que já foi falado para construir um novo contexto educacional, sem normas rígidas, aberto a participação e cooperação de todos.
“Se a programação educativa é dialógica, isto significa o direito que têm os educadores-educandos de participar dela, incluindo temas não sugeridos.”(FREIRE, Paulo. 1983, p.15).
a importância de realizar um trabalho que mudará o contexto social e educacional necessita estar voltado para a realidade sociocultural de nossos alunos, deve ser um ponto de referencia para as transformações, onde se criam meios para a integração de nossos alunos no mundo de hoje onde, se espera seres humanos, críticos solidários, criativos, preparados para as novas transformações no mundo do trabalho, pessoas com desenvolvimento intelectual, ético, capacitados e esperançosos, com perspectivas em relação a mudanças.
Segundo Emília Ferreiro, em alguns momentos esperamos que nossos alunos procurem passivamente a busca para suas respostas, enquanto em alguns casos, nos deparamos com o inesperado, ou seja, com crianças que procuram ativamente esta resposta tentando compreender a natureza da linguagem, e formando assim suas próprias hipóteses, jamais se prendendo a modelos formados pelos adultos, mas criando seu próprio modelo.
E é nessa hora que precisamos estar atentos, e tentar contribuir para que esta criança busque uma auto-identidade, um auto-conhecimento, é nessa hora que precisamos ser sujeitos de transformação, capazes de criar situações problametizadoras, interagindo para o crescimento intelectual e pessoal de nossos alunos.

Texto de Cristiane Fiuza e Adriana Fiuza
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna, 1998.
FREIRE, Paulo. Sociologia da Educação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
ISAIA, Sílvia. A Teoria Sócio Cultural de Vygotsky: uma iniciação. Caderno de Pesquisa. Santa Maria, 1991.
LIBÂNIO, José Carlos. Pedagogia Crítica Social: democratização da escola pública. São Paulo: Loyola, 1985.
MERSENAS, Paulo. Sociologia da Educação. São Paulo: Loyola, 1995.
NOVA ESCOLA. Aprenda Com Eles e Ensine Melhor.  Denise Pellegrini. Jan/Fev 2001.
VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
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Leitura, música e movimento!
Através da leitura podemos perceber muitas coisas, mas quando junto dela colocarmos som, melodia e imagem esta passa a ter um novo sentido e significado, pois relacionamos a nossos sentimentos e emoções. E assim, a sua representação tem um significado todo especial.
 Através da música, podemos expressar nossa afetividade, sendo uma prática já cultural, que está em todo tipo de civilização. E também conhecida como uma forma de arte, ela está ligada a nossa vida diária. Mas pode ser utilizada em diversos contextos, principalmente no educacional. Entretanto, ao levarmos a mesma para a nossa sala de aula estaremos despertando no aluno através do sentido auditivo, a necessidade e a vontade de aprender, refletir e desenvolver o intelectual.
Desta forma, não podemos deixar de lembrar que é uma forma diferente, criativa e inovadora para agregarmos a nossa aulas, que fará o aluno motivar-se e participar da mesma com maior entusiamo.
Texto Adriana Fiuza
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Os elementos de linguística podem se manifestar ao longo do desenvolvimento dos conteúdos.
Ao tratar a relação da linguistica em sala de aula antes far-se-á uma retrospectiva de seus primórdios quando está passa a ser estudada e entendida como um processo de aquisição da linguagem falada  e escrita.Esta transição começa a ter sentido quando se da importância a linguagem materna, e no processo de desenvolvimento passa por diversas fases que ao se adaptar e se aprimorar ao seu cotidiano transita num contexto sócio cultural próprio de sentido.
Percebe-se isso em sala de aula, quando o mediador tem a visão real do seu educando, predispondo a ele o aperfeiçoamento de sua linguagem através da leitura e da escrita, através das diversas leituras, formais e não-formais e de mundo principalmente, do estudo das palavras, suas terminologias, fazendo releituras dos aspectos estruturais e estilísticos, chegando a uma transição de saberes nos quais percebe-se claramente a construção dessa linguagem que o ser humano carrega para a vida toda.Todos temos uma bagagem existencial, cultural própria do ser humano e a linguistica vem para aprimorar e fazer com que o indivíduo aprenda o sentido do saber, construindo assim novos saberes e tornando-se um transformador de sua própria realidade produzindo assim mais conhecimento.
Sobre comunicação e linguagem é possível estabelecer uma relação entre as linguagens visuais, auditivas e verbais, ou seja, pode-se trabalhar separadamente, mas quando se faz uma união entre esses meios de comunicação todo o processo em construção fica mais rico e criativo.
Cabe dizer que cada indivíduo tem uma maneira própria de interpretar e aprender, e assim os diferentes meios propiciam uma interação maior com aquilo que se aprende, e a união de certos meios visuais, com imagens figuras gravuras, o auditivo, histórias contadas música sons e o verbal escrito e falado, permite-se criar um conjunto de ações que estimulam a percepção e fixem no aprendizado e na construção do saber para que esse indivíduo consolide seu desenvolvimento e a aquisição das habilidades linguísticas.

Texto Cristiane Fiuza e Adriana Fiuza
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A leitura nas séries iniciais

É nas séries iniciais que a criança está  na sua infantilidade, nessa fase, ales são mais vulneráveis e sensíveis a qualquer tipo de aprendizado, sua capacidade de imaginação é riquíssima. Aproveitando toda essa desenvoltura do aluno podemos então trabalhar a poesia que com seu jogo de palavras envolvendo e aguçando as emoções, com certeza, estaremos conquistando-os para um bom aproveitamento. 
Baseando-se neste tópico de discussão é possível fazer uma reflexão a cerca da leitura nas séries iniciais e a grande importância para a aprendizagem e a construção dos saberes. É nesta fase que o pequeno leitor vivência e participa da leitura de maneira imaginária viajando nas palavras e construindo seus significados, então ai que o mediador com sua experiência interfere de maneira lúdica e criativa, mediando essa interação leitor/leitura, abrindo novos caminhos para que esse pequeno leitor construa seus conhecimentos interagindo com o mundo que vive. 
Não existe um único modo de ensinar e desenvolver a leitura, segundo tais pressupostos, nos demos conta da grande dimensão e interação entre os aspectos literários na diversidade de textos e na ludicidade, acreditando no educando como um sujeito interativo e cidadão e o espaço em sala num ambiente inovador, valorizando a cultura através de ações interdisciplinares e atividades desafiadoras contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento da práxis pedagógica. 
A leitura é um processo de interação e (re) construção contínua e abrangente que exige atenção por ser delicada e para que estas venham a cumprir objetivos, tais como: a construção, a socialização, a criatividade, a autonomia, a criticidade e sem dúvidas  a participação ativa do educando na sociedade

Texto Adriana Fiuza

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A construção do leitor
Ao refletirmos sobre o processo de construção da leitura e do leitor, buscamos compreender a realidade a qual esse sujeito está inserido na atualidade. É imprescindível fazer um apanhado histórico sobre o desenvolvimento desse leitor que passou por uma grande transição em seu desenvolvimento psicosocial.
A leitura estabelece uma relação organizada entre a realidade e a troca de experiências do sujeito, pois conforme Freire antes mesmo do sujeito conhecer e decodificar códigos e símbolos ele trás consigo uma leitura de mundo que o acompanhará para a vida.
A construção da leitura começa na família, na interação com o meio social em que vive e no ambiente que lhe proporciona a aprendizagem das diversas leituras. Pra isso percebe-se aqui uma grande importância do mediador tanto na família , na escola  ou na sociedade, é ele que vai estimular e abrir os caminhos para que o sujeito construa seus conhecimentos.
È importantíssimo que esse mediador saiba qual sua real função no processo de mediação, sendo que ele é o responsável por permear um caminho rico não só para que o leitor aprimore seus conhecimentos de leitura e escrita, mas como um entendedor da realidade interpretando e sendo crítico, nas suas relações no cotidiano em que vive.
A leitura é sem dúvida uma grande ferramenta para a construção do cidadão, pois através dela criam-se ligações diretas entre a leitura de mundo e a interpretação dos fatos atuais que podem tornar o ser humano capaz de transformar a realidade, de maneira crítica consciente e responsável.
Ao tornar o ambiente rico estimula-se os processos de aquisição e compreensão da leitura , também cabe enfocar a sensibilidade do mediador através de uma consciência transformadora e interativa com o meio em que o sujeito esta inserido. Cria-se vínculos estreitos entre a realidade vivida e o crescimento como ser humano, sendo este o principal sujeito de transformação da sua própria realidade contribuindo para uma modificação centrada na cultura organizada e diversificada a qual vivemos hoje, abrindo caminhos para a formação de um cidadão participativo e preocupado com as questões sociais, educacionais nessa transição acelerada de mudanças que vem ocorrendo nos dias de hoje.
 Texto Adriana Fiuza
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Sobre a Escrita..

Meu Deus do céu, não tenho nada a dizer. O som de minha máquina é macio.
Que é que eu posso escrever? Como recomeçar a anotar frases? A palavra é o meu meio de comunicação. Eu só poderia amá-la. Eu jogo com elas como se lançam dados: acaso e fatalidade. A palavra é tão forte que atravessa a barreira do som. Cada palavra é uma idéia. Cada palavra materializa o espírito. Quanto mais palavras eu conheço, mais sou capaz de pensar o meu sentimento.
Devemos modelar nossas palavras até se tornarem o mais fino invólucro dos nossos pensamentos. Sempre achei que o traço de um escultor é identificável por um extrema simplicidade de linhas. Todas as palavras que digo - é por esconderem outras palavras.
Qual é mesmo  a palavra secreta? Não sei é porque a ouso? Não sei porque não ouso dizê-la? Sinto que existe uma palavra, talvez unicamente uma, que não pode e não deve ser pronunciada. Parece-me que todo o resto não é proibido. Mas acontece que eu quero é exatamente me unir a essa palavra proibida. Ou será? Se eu encontrar essa palavra, só a direi em boca fechada, para mim mesma, senão corro o risco de virar alma perdida por toda a eternidade. Os que inventaram o Velho Testamento sabiam que existia uma fruta proibida. As palavras é que me impedem de dizer a verdade.
Simplesmente não há palavras.
O que não sei dizer é mais importante do que o que eu digo.  Acho que o som da música é imprescindível para o ser humano e que o uso da palavra falada e escrita são como a música, duas coisas das mais altas que nos elevam do reino dos macacos, do reino animal, e mineral e vegetal também.  Sim, mas é a sorte às vezes.
Sempre quis atingir através da palavra alguma coisa que fosse  ao mesmo tempo sem moeda e que fosse e transmitisse tranqüilidade ou simplesmente a verdade mais profunda existente no ser humano e nas coisas. Cada vez mais eu escrevo com menos palavras. Meu livro melhor acontecerá quando eu de todo não escrever. Eu tenho uma falta de assunto essencial. Todo homem tem sina obscura de pensamento que pode ser o de um crepúsculo e pode ser uma aurora.Simplesmente as palavras do homem.

O texto abaixo é de Clarice Linspector extraído do site Sobrado (Disponível em http://www.releituras.com/clispector_escrita.asp)
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O progresso conduz a uma vida melhor?

Para encontrar espaço entre quem vê tecnologia como redenção do ser humano e quem nega seu papel de forma absoluta
Texto de Arlindenor Pedro
Quando coloquei a mão no bolso e vi que o meu Iphone4 não estava mais lá, e simplesmente tinha sido pungado, foi como se o mundo tivesse acabado. Nem a música contagiante do Bloco das Carmelitas, que cantava com alegria o que era a dor dos que perderam o Bonde, pode me devolver o bom humor. Definitivamente, o carnaval tinha acabado para mim, naquela tarde, nas calçadas de Santa Teresa.
Como poderia viver sem o meu IPhone de última geração? (depois, eu soube que ele já tinha sido ultrapassado por um bem melhor, o Iphone4S).Como geraria rede WF para o meu IPad2? Como receberia em tempo real os meus emails? Tinha agora que ligar para operadora, bloquear meu chip, o aparelho e voltar a ser um simples mortal: um sem-Iphone. E refleti: como eu me tornei dependente dessa maquininha de comunicação da era digital?
Como todos, alguns meses antes tinha tomado ciência e ficado consternado pela morte do fundador da Apple, Steve Jobs, após uma longa luta contra o câncer. Tratava-se, sem dúvidas, pensava eu, de um personagem importante da minha geração pós-guerra – e um dos pilares da revolução digital, que preparou o mundo para uma nova forma de ser e viver – um mundo de bits e bytes: a chamada Era do Conhecimento, que veio a substituir a Era Industrial, dentro do modo de produção capitalista.
A morte é sempre um assunto delicado, e muitos pessoas não entendem como ela ainda pode ainda acontecer, com tantos avanços tecnológicos e (segundo eles) a total submissão da natureza. Isto se deu também com Jobs, que lutou com garras e energias para que a morte não chegasse.
Assim como Bill Gates, Mark Zuckerberg, Sergey Brin, Larry Page, e outros, ele fez parte da galeria de jovens que, a seu tempo, deflagraram atitudes uma nova era. Enquanto nas ruas havia um processo de mudança de comportamentos, eles promoviam, nas garagens, uma outra revolução: a revolução do computador pessoal. Estão para o mundo digital assim como Henri Ford, Henri Fayol e Frederick Taylor estiveram para era industrial, do século passado.
Na verdade, esta relação conflituosa do homem com a morte faz parte da história humana e sempre ocupou a mente dos mais importantes filósofos, desde os profundos confins das “calendas gregas”. Acredito, como alguns deles, que é parte da intrincada relação entre os deuses Dionísio e Apolo. Na Grécia primitiva, estavam em equilíbrio, mas, notadamente após Sócrates, Platão e Aristóteles, o mundo pendeu para o que se transformou no “império da razão”, com o predomínio dos conceitos apolíneos.
Desprezo interpretações simplistas acerca dos efeitos maléficos da chamada revolução digital. Sou um entusiasta dos avanços científicos para humanidade, e suponho seja por isso que gostava tanto do meu falecido IPhone4. Não me comporto como os operários do inicio da revolução industrial, que quebravam as máquinas, pois as julgavam causadoras da onda de desemprego que o capitalismo criou nos seus primórdios. Mas em momento algum me oriento para o conceito de que está no domínio da ciência a panaceia da libertação do homem sobre o seu maior predador — o próprio homem.
A vida mostra que isto não é verdade. Pelo contrário. O “esclarecimento” visto aqui como o Iluminismo não libertou o homem com as luzes do seu conhecimento, como pensava Platão, nem o afastou daquilo que o impedia de ver a realidade. Na verdade, apenas substituiu o deus, das religiões primitivas e da Idade Média, para outro, onipotente e infalível: a ciência.
Criou-se um mundo ainda mais desigual; mais automatizado, onde todos são meramente consumidores e onde o próprio trabalho – entendido aqui como o trabalho abstrato, formado no mundo erigido pela burguesia liberal, essência até então da relação entre os possuidores e os despossuídos — abre espaço para uma nova lógica produtiva.
Nesta, assistimos ao casamento entre ciência, tecnologia avançada e grandes investimentos. Podemos antever um futuro muito próximo, em que este trabalho abstrato será desnecessário, lançando a humanidade em uma era de trevas sem precedentes.
Como diria o filósofo Roberto Schwarz, comentando o livro do pensador alemão Robert Kurz, seria “O colapso da modernização”: ”a mão de obra barata e semiforçada com base na qual o Brasil ou a União Soviética contavam desenvolver uma indústria moderna ficou sem relevância e não terá comprador. Depois de lutar contra a exploração capitalista, os trabalhadores deverão se debater contra a falta dela, que pode não ser melhor. Ironicamente a exaltação socialista do herói proletário e do trabalho consagrava um gênero de esforço historicamente já obsoleto, de qualidade inferior e pouco vendável, superado pelo capital e não pela revolução.” (Roberto Schwarz, em artigo na Folha de São Paulo).
Esse conhecido axioma de uma obra de Adorno e Max Horkheimer, A dialética do Esclarecimento, resume bem tal situação: “Num sentido mais amplo do progresso do pensamento, o esclarecimento tem perseguido sempre o objetivo de livrar o homem do medo e investi-lo na posição de senhores. Mas a terra totalmente esclarecida resplandece sob o signo de uma calamidade triunfal”.
Pergunto, então: por que, dispondo o homem de um conjunto monumental de conhecimento técnico, de instrumentos científicos fantásticos, mantém um mundo desigual, famélico, miserável, instável e sem perspectiva de futuro?
Sei que se torna difícil argumentar em um plano de intensas paixões, onde a mídia, que está sempre criando heróis para o consumo imediato, nos embaça os sentidos e nos afasta da realidade. Mas temos que ver a Apple, Windows, Facebook, Google, IBM, etc, todos dentro da lógica do mercado e da necessidade que tem o capitalismo em tentar racionalizar cada vez mais o processo produtivo de mercadorias.
Nada de novo sob o sol. Trata-se de ferramentas utilíssimas, dentro do quadro capitalista. Servem para o bem ou para o mal (detesto esta comparação maniqueísta, mas… vamos lá!). Torna-se imprescindível, então, saber quem está no controle. E na verdade, todos nós sabemos que os avanços científicos não se têm voltado para o bem estar da humanidade, mas para a perfeição dos instrumentos, que se não surgir uma outra lógica, irão nos levar, como já estão levando, à barbárie.
Não tem sentido a visão de “progresso” visto apenas dentro do quadro dos avanços científicos. Foi esse “canto de sereia” que seduziu os lideres das utopias modernas, tais como o chamado “socialismo real” da União Soviética, o nacional-socialismo da Alemanha e o fascismo italiano. Hoje, enche os ouvidos da China oriunda do maoísmo. Em ultima instancia, diria Guy Debord: tudo acaba se sujeitando ao império da mercadoria. Acabam todos reduzidos a animais na busca da felicidade através do consumo desenfreado de bens de consumo, a exemplo das guerras de facções do tráfico no Rio de Janeiro ou das explosões de ruas dos jovens excluídos, nos guetos de Londres ou Paris.
Steve Jobs não cursou até o fim a universidade. Nesse sentido, seguiu caminho semelhante ao do nosso presidente Lula, que também não precisou de um diploma para obter êxitos na política. Ambos deram maior valor ao espírito intuitivo, que os levou, em suas áreas, à vanguarda de ações práticas. Mas, em determinado momento de suas vidas públicas renderam-se à coruja ateniense, recebendo comendas nas grandes catedrais do conhecimento — as universidades, que na verdade costumam ser as avalistas das trajetórias dos grandes personagens da sociedade em que vivemos.
Homenagens àqueles que contribuíram para um chamado “mundo melhor”, segundo a sua perspectiva, fazendo hoje o mesmo papel que os reis ou o Papa exerciam,, com suas comendas, nas sociedades passadas.
Para melhor conhecer esses personagens sugiro que procurem o filme “Piratas do Vale do Silício”. Feito para a televisão, pela TNT, escrito e dirigido por Martyn Burke, é baseado no livro Fire in the Valley: The Making of The Personal Computer, de Paul Freiberger e Michael Swaine. Oferece uma versão dramatizada do nascimento da era da informática doméstica, desde o primeiro PC, através da histórica rivalidade entre a Apple e seu Macintosh e a Microsoft. É interessante, permitindo ver que a logica que impulsionou aqueles jovens está inteiramente calcada no casamento entre ciência, capital e tecnologia, que é o fundamento da sociedade de mercado contemporânea.
Não está na concepção “progressista” a formula do desenvolvimento da humanidade, que assiste perplexa a volta de atitudes totalmente inumanas com o uso de tecnologias de ponta. Fico com as palavras do filósofo:
“A humanidade não representa um desenvolvimento rumo ao melhor ou ao mais forte ou ao mais elevado tal como hoje se acredita. O ‘progresso’ é meramente uma ideia moderna, ou seja, uma ideia errônea. O valor do europeu de hoje fica muito abaixo do europeu da Renascença; não há qualquer relação necessária entre evolução e elevação, intensificação, fortalecimento” (F.Nietzche, in o O Anticristo).
Arlindenor Pedro é professor de história e especialista em projetos educacionais. Anistiado por sua oposição ao regime militar, dedica-se na atualidade à produção de flores tropicais na região das Agulhas Negras.
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AVALIAÇÃO – AVALIAR O QUÊ? QUEM? E QUANDO?

Frente aos novos desafios apresentados ao sistema educacional neste início de século, surge a preocupação em considerar e repensar os métodos avaliativos utilizados pelos educadores, na perspectiva de transformar uma educação conservadora que prioriza os aspectos quantitativos, de forma classificatória e  excludente em uma educação libertadora que valoriza os aspectos qualitativos da aprendizagem de modo mediador e diagnóstico.
Nesta visão, considera-se mais importante o conhecimento construído, de maneira que o “erro” seja percebido como um processo construtivo na busca integral de formação do educando. Isto posta como condição fundamental para que a prática pedagógica dos educadores assuma uma característica crítico-reflexiva, visando o sucesso escolar dos educandos, e que o fantasma da evasão façam parte do passado, no qual são observados altos  índices destes problemas relacionados de forma expressiva ao tipo de pratica pedagógica e métodos avaliativos utilizados pelos educadores. Assim neste artigo mostraremos de forma crítica e reflexiva o pensamento que norteiam a s idéias sobre avaliação e os pressupostos que coincidem o processo de avaliação nas instituições escolares, além de (re) significar os métodos  e práticas de avaliação mais adequada para o processo de ensino-aprendizagem. 
Atualmente uma das grandes preocupações do sistema educacional é o que  se refere a avaliação, pois isto é a causa principal de outro problema que atinge o setor educacional, a repetência e a evasão.
No decorrer dos tempos, a avaliação foi vista como um processo fragmentado do ensino-aprendizagem e na classificação dos educandos, bem como um meio de discriminação e seleção social contribuindo assim para o fracasso do indivíduo, como observa Vasconcellos (1995, p.28):
A avaliação escolar colabora com esse processo de dominação ajudando a formar um auto-conceito negativo (incapaz, problemático, ignorante, etc.), desde a mais tenra idade, em milhões e milhões de crianças, jovens e adultos, especialmente das camadas populares que tem o “privilégio” de passar pelos bancos escolares.
Portanto, a avaliação tem servido para discriminar, pré-conceituar os indivíduos como capazes e incapazes julgando que somente os capazes ocuparão
Um espaço privilegiando na sociedade, baixando com isso a auto-estima dos que foram julgados incapazes.
A avaliação de forma excludente não respeita as diferenças individuais, sociais e culturais como salienta, Estebam (1999, p.14-20):
A avaliação escolar, nesta perspectiva excludente, silencia as pessoas, suas culturas e seus processos de construção de conhecimentos: desvalorizando saberes fortalece a hierarquia que está posta, contribuindo para que os diversos saberes sejam apegados, percam sua existência e se confirmem como a ausência de conhecimento.
Isto é, há uma desvalorização dos saberes que fazem parte dos educandos e uma supremacia dos saberes escolares impostos pelo sistema educacional silenciando as culturas diferentes e fortalecendo a denominação e a desigualdade social e ainda responsabilizando os menos favorecidos pelo seu fracasso escolar.
Também nesta visão excludente onde se classifica as respostas dos alunos em erros e acertos, muitas vezes supervalorizando os erros e não os acertos, a avaliação serve como um instrumento coercitivo como observa ESTEBAM (1999): “A avaliação funciona como um instrumento de controle e de limitação das atuações (alunos X professores), no contexto escolar”
Neste prisma, a avaliação deixa de ser um acompanhamento da aprendizagem tornando-se um instrumento de repressão e denominação impostas aos alunos, chegando a ser vista inclusive, como um “acerto de contas” entre professores e alunos. E ainda limita o professor a avaliar somente os “conteúdos” desenvolvidos e não o real crescimento que o aluno adquiriu no decorrer do processo ensino-aprendizagem.
A avaliação aplicada pela grande maioria das instituições educacionais de forma classificatória, na qual se avalia só para passar de ano e não para a vida, requer-se a necessidade de superar a avaliação tradicional e propor uma avaliação libertadora na qual esta observa o processo de produção do conhecimento e desenvolvimento do saber de forma ampla como salienta Melchior (1998, p.39):
A avaliação deve ser um processo holístico, não fragmentado, contextualizado no processo de ensino e de aprendizagem, de forma democrática, onde todos os elementos envolvidos avaliam e são avaliados conforme os valores e os pressupostos do projeto pedagógico.
Assim a avaliação deve ser vista como diagnóstica valorizando os conhecimentos que o aluno traz consigo, considerando o seu crescimento no processo de aquisição de conhecimento, dentro da realidade de forma democrática, na qual há a participação do professor e do aluno e demais membros envolvidos na comunidade escolar. Desta forma o professor aprende ao ensinar e o aluno aprende ao aprender.
Em uma prática educativa transformadora Vasconcellos (1995, p.85) coloca que:
Avaliação é um processo de captação de necessidades, a partir do confronto entre a situação atual e a situação desejada, visando unia intervenção na realidade para favorecer a aproximação entre ambas. Avaliar é ser capaz de acompanhar o processo de construção do conhecimento, para ajudar a superar obstáculos. E diferente de “ensinar” e cobrar o produto final, e ser apenas capaz de dizer se confere ou não com o acerto, com o parâmetro.
Contata-se assim que a avaliação deixa de ser vista como um instrumento de mediação do produto final passando a ser um acompanhamento como o objetivo de superar as dificuldades sem que o educando tenha que confirmar com a nota o que foi desenvolvido em aula.Partindo desta visão o educador vai perceber as reais dificuldades dos educandos e a partir delas criará e proporá condições para a superação das mesmas.
Comprovando a necessidade de apontar um sentido novo a maneira de avaliar que já se presencia na prática de muitos educadores, mas ainda que não se estabeleceu na maioria, verificaremos as reais finalidades da educação. A avaliação não é apenas uma tarefa a ser cumprida pelo professor, exigida pelo currículo na instituição e sim para melhora do processo ensino-aprendizagem.
Deixando de ser classificatória e sim diagnóstica, ela deixa de ser um instrumento de aprovação ou reprovação, passa a ser um caminho para identificar os problemas relativos à aprendizagem e buscar alternativas para a solução das dificuldades. Como comenta VASCONCELLOS (1995): “A avaliação é fundamental, seja pela confirmação do acerto da pra´tica, seja pela possibilidade de se refletir e buscar alternativas de caminhada”. Ou seja, ela deve servir não apenas para o êxito do processo de aquisição de conhecimentos.
A avaliação deve servir para incentivar o aluno em sua aprendizagem, pois se busca avaliar para compreender, para trocar informações como o avaliado e não baseada no esforço-reconpensa e no prêmio-castigo como explica VASCONCELLOS (1995, p.44): “Tanto o prêmio como castigo são deseducativos, uma vez que o primeiro gera satisfação e dependência (se não tiver uma recompensa o sujeito não age... ) e o segundo gera revolta e também dependência (se não tiver alguma ameaça o sujeito não age...)”. Desta forma o resultado da avaliação passa a ser consideração como recompensa ou castigo, o que leva tanto professor quanto aluno dar maior ênfase a nota do que a aprendizagem.
Partindo do ponto que a avaliação é um elemento da prática docente ela auxilia o professor na compreensão do processo de aprendizagem e na sua auto-avaliação. Quanto ao primeiro, ela auxilia o professor a detectar os avanços e as dificuldades dos alunos, sendo que através do diagnóstico e da reflexão sobre os acertos e os erros dos alunos ele consiga com isso acompanhar o desenvolvimento da construção do conhecimento dos mesmos. Quanto a segunda , ela serve para o professor analisar sua prática pedagógica, verificar se os seus objetivos estão seno alcançados, bem como melhorar sua situação pedagógica se assim for necessário.
Neste caso, os resultados dos métodos avaliativos servirão de referência para a instituição educacional tomar decisões quanto as metas que serão aplicadas no processo educativo, pois como MELCHIOR (1998, p.44): “Assim a avaliação tem como função conseguir as informações pertinentes para conhecer a eficácia da ação”. Desta forma, os resultados obtidos servirão de subsídios para a indicação da eficácia ou não dos métodos utilizados pela escola.
Em síntese, a avaliação deve ter por finalidade principal garantir a aprendizagem do aluno bem como colaborar para a formação do mesmo e prepara-lo para a vida e ainda como afirma Hoffmann (1994):
A avaliação deve ter por finalidade principal o auxílio ao aluno concebendo-o como responsável e participante do processo educativo, no sentido de favorecer-lhe a tomada de consciência sobre suas conquistas e dificuldades e de apontar-lhe alternativas passíveis de evolução.
Percebe-se assim que o eixo principal do processo avaliativo é o educando, no momento em que o mesmo é capaz de reconhecer suas potencialidades e deficiências encontrando soluções para a última. A avaliação está intimamente ligada a prática pedagógica do educador.
Numa perspectiva ultrapassada sobre educação percebe-se o predomínio da nota sobre a aprendizagem, onde há uma preocupação exagerada do aluno em estudar apara alcançar a nota necessária e dói professor em cobrar os conteúdos desenvolvidos e comprovar que seus objetivos foram alcançados através da demonstração da nota que o aluno atingiu na prova.
Nesta prática pedagógica tradicional a preocupação do professor está em fiscalizar, medir, julgar, na qual, atribuir-se notas, registrar, mostrar autoridade, selecionar os melhores, rotular, comprovar o mérito individualmente conquistado, dar satisfação aos pais, não ficar fora da prática dos outros professores, ver quem pode ser aprovado ou não, incentivar a competição, ver quem assimilou o conteúdo entre outros, estas são suas maiores preocupações.
Deste modo a prática pedagógica tradicional o conhecimento apresenta-se descontextualizado e fragmentado e o professor ocupa o papel de repassador de conteúdos, tendo a função de transmitir e fiscalizar a absorção do transmitido, sendo ele o centro do processo educativo. O processo avaliativo nesta prática tradicional é de controle e serve como um elemento de coerção, sendo a nota algo fora do processo educativo.
Contrapondo-se a essa visão tradicional do processo avaliativo, surge a necessidade de uma educação libertadora, na qual o educador ensina e faz o possível para que o aluno aprenda e no processo de avaliação e no processo de avaliação os resultados obtidos através de provas servirão para identificar as dificuldades encontradas pelos alunos e junto a isso, buscar soluções e formas de melhorar a aprendizagem. A avaliação é portanto, um acompanhamento que serve como ajuda ao educando na busca do desenvolvimento de cada um pois como observa VASCONCELLOS (1995,p.46): “A avaliação escolar está relacionada a uma concepção de homem de sociedade (que tipo de homem e de sociedade queremos formar) ao Projeto Pedagógico da Instituição”.
Desta forma, sur5ge a grande preocupação de levar em consideração no movimento da avaliação, a formação individual do educando, sendo ele um ser crítico, autônomo, capaz de atuar e intervir na sociedade em que está inserido.
Levando tudo isso em consideração, surge a nova pedagogia que tem como meta a construção da autonomia e da solidariedade, e a avaliação passa ser uma referência para a própria criança, na superação de suas dificuldades, confirmando isso FREIRE (1998, p.66): “O respeito, a autonomia e a dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros”. Portanto, faz parte da ética profissional do educador propiciar e criar condições para que o educando se desenvolva e adquira sua autonomia.
Da mesma forma que o professor reconhece que não está prestando nenhum favor ao educando deve ter a humildade de reconhecer e repensar a sua prática pedagógica como também afirma FREIRE (1998, p.43): “Por isso é que, na formação permanente do professor, o momento é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática”.
Isto é, no momento em que o educador fizer uma auto-avaliação-reflexão de seu trabalho docente, vai constatar se os objetivos propostos foram atingidos ou não, perceberá os pontos que precisará melhorar e desta maneira mudar a sua forma de atuação, melhorando assim, sua prática pedagógica.
Em uma nova concepção de prática pedagógica supera-se o sujeito passivo aluno da educação tradicional em um sujeito ativo e interativo no qual o professor deixa de ser o centro do processo de aquisição de conhecimentos, tornando-se um mediador e facilitador do processo ensino-aprendizagem. Nesta perspectiva como observa Perrenoud (2000, p.27):
A competência requerida hoje em dia é domínio dos conteúdos com suficiente fluência e distância para construí-los em situações abertas e tarefas complexas, aproveitando ocasiões, partindo dos interesses dos alunos, aprovando os acontecimentos, em suma, favorecendo a apropriação ativa e a transferência dos saberes sem passar necessariamente por sua exposição melódica na ordem prescrita por um sumário.
Assim sendo, a competência que se quer do professor em uma prática pedagógica libertadora é de além do domínio dos conteúdos estes se baseie nos interesses, na realidade e nos fatos que fazem parte do dia-a-dia dos alunos, sem obrigatoriedade de preocupar-se com um roteiro de conteúdos pré-estabelecidos.
No momento que pensa uma prática pedagógica baseada na realidade dos educandos é imprescindível que se respeite os saberes que os mesmos trazem ao chegarem à escola como salienta FREIRE (1998, p.71):
Não é possível respeito aos educandos, a sua dignidade, ao seu ser formando-se, a sua identidade fazendo-se, se não se levam em consideração as condições em que eles vem existindo se não se reconhece a importância dos conhecimentos de experiências feitas com que chegam a escola.
Desta maneira, não é concebível falar em respeito aos educandos, a sua dignidade, a sua identidade em formação, se não respeitar-nos primeiramente os conhecimentos informais adquiridos de forma sistemática fora do contexto escolar.
É preciso que o educador valorize essas experiências do educando, e que a realidade concreta desses seja trabalhada, associada aos conteúdos e jamais criticada ou ignorada. Também não é aceitável deixar de apresentar o universo que o cerca, para que os mesmos tenham o conhecimento do mundo lá fora e consigam assim desenvolver a capacidade de compreensão, análise e crítica do mundo que o cerca.
É a partir desse respeito ao saber do educando que adquirimos a capacidade para falarmos em ser em formação, em dignidade e identidade em formação, pois é oportunizado que o educando concilie os conhecimentos adquiridos no contexto escolar com os conhecimentos informais trazidos para a escola, que este será capaz de construir seu próprio conhecimento e conquistar sua autonomia.
Nesta prática educativa o conhecimento é auto-construído, uma vez que o aluno interage no processo ensino-aprendizagem, como observa VASCONCELLOS (1995, p.47): “A partir de uma concepção dialética de educação supera-se tanto o sujeito passivo da educação tradicional, quanto o sujeito ativo da educação nova em direção ao sujeito interativo”. Percebe-se assim, que o mais importante é o desenvolvimento intelectual do que o amadurecimento cognitivo, uma vez que, interagindo há uma melhor aprendizagem.
Neste processo educativo libertador confirma-se a idé4ia de FREIRE (1998, p.52):  que condena a educação bancária, e idealiza uma educação onde “ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar possibilidades para sua produção ou construção”. Isto é, não se deve dar conteúdos acabados, mas proporcionar condições para que o próprio educando busque caminhos que construa seu conhecimento.
A mudança da prática pedagógica tradicional para a prática pedagógica libertadora requer uma conscientização por parte dos educadores, uma grande reflexão sobre a práxis, bem como a própria avaliação uma vez que esta é um processo de ação-reflexão-ação contínuo exigindo tempo e empenho para a concretização desta mudança.
Além disto, mesmo que o educador tenha consciência da necessidade de transformação do modo como dirige suas atividades pedagógicas, não depende somente de suas ações, mas sim de todo um processo que envolve o sistema educacional, visto que este reflete os interesses sócio-econômicos de uma sociedade.
Não é possível posicionar-se com neutralidade diante do papel do educador e na forma de avaliar, pois a educação é um processo político, uma tomada de posição. È preciso que se reflita sobre a opção da escola, ou esta atende os interesses ou sua clientela ou aos interesses do sistema social. Ao optar por atender aos interesses de sua clientela a escola deverá repensar sobre o papel do educador, as formas de avaliação, as metodologias utilizadas e seus objetivos diante da sociedade. Só assim é possível avaliar tanto os educadores quanto educandos.
Sendo assim é preciso uma conscientização por parte tanto dos professores quanto de todo o sistema educacional no que se refere ao modo de avaliar, visto que, os alunos não são iguais, e a construção do conhecimento não deve ser oferecida de forma padronizada, levando-se em conta a individualidade, observando o crescimento diário de cada um e não se baseando apenas através dos erros e acertos, verificados nas provas.
A avaliação deve ser um acompanhamento constante levando em consideração o desenvolvimento, o crescimento, o acúmulo de experiências, a autonomia, a criatividade, a confiança e o respeito. Não avaliando somente o individual, mas também o coletivo, não se deve limitar somente a distribuição de notas, em termos de erros e acertos, de forma classificatória e excludente. È necessário repensar a prática pedagógica tradicional, proposta e exercida pela maioria dos docentes.
É importante partirmos para uma prática pedagógica libertadora idealizada por Paulo Freire e outros pensadores onde o processo ensino-aprendizagem ocorre pela interação entre professor e aluno, rumo a uma avaliação mediadora, emancipatória e formativa que possibilita a formação integral do educando e ainda amenizaria outros problemas do sistema educacional como evasão e repetência.
Texto de  Cristiane Fiuza
REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto alegre: Educação e Realidade, 1994.
MELCHIOR,Maria Celina. O Sucesso Escolar traves da Avaliação e da Recuperação. Novo Hamburgo: Pallotti, 1998.
PERRENOUD Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000.
_____________________. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens: entre duas lógicas. Porto Alegre: ArtMed, 1999.
VASCONCELLOS, C.dos S. Avaliação: concepção didática – libertadora do processo de currículo. São Paulo: Libertad, 1995.
_________________. Superação de lógica classificatória e excludente da avaliação – do “é proibido reprovar” ao é preciso garantir a aprendizagem. Saão Paulo: Libertad, 1998.
_____________________. Avaliação da aprendizagem: práticas de mudanças – por uma práxis transformadora. São Paulo:Libertad, 1998.

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Aprendizagem em EAD


A Educação a Distância (EAD) é considerada, segundo o decreto Decreto-Lei n° 2.494, de 10/2/1998 como, “uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados (...)”. A legislação em EAD, atual, mostra avanços significativos, mas não temos a intenção de acompanhar o crescimento histórico da presente modalidade de ensino, e sim, perceber através, de práticas uma superação de valores, atitudes dando significado ao fazer Educação a Distância. 
O cenário atual da EAD vem passando por transformações a partir de um contexto de mudanças de valores, em que a diversidade cultural é presente, tendo um significado maior em sua contextualização, de saberes e conhecimentos, assumindo um papel importante na sociedade vigente, na qual a globalização gera uma necessidade de comunicação e informação sem fronteiras.
A sociedade vigente caracterizada pela seletividade e dualismo pode restringir a EAD em vários pontos, que por uma legislação específica, podemos entendê-la como meio para inclusão, na qual visa a partir de um espaço interativo, troca de saberes em que deve ser potencializada competências que possam garantir a formação de um cidadão atuante na presente sociedade. Portanto devemos construir parcerias a partir de uma discussão, que norteiem um fazer EAD comprometido com suas reais necessidades, as quais venham legitimar sua prática. 
Em âmbito geral, levando em consideração as mudanças que vêem acontecendo em nossa sociedade, podemos entender a EAD como uma modalidade de ensino que tem suas peculiaridades, na qual sua proposta pedagógica deverá ser rediscutida no que se refere à modalidade à distância, em que seu referencial de fazer educação não seja, parcialmente, anulado. 
O avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) provocou mudanças significativas em fazer EAD, logo foi criando corpo, hoje, está presente em todos os setores, em particular, sua presença no sistema educacional faz com que reflitamos sobre pontos inerente à educação, como: didática, metodologia, avaliação, planejamento, dentre outros pontos relevantes.
Consideramos as atividades presenciais na EAD como complemento de um processo de ensino-aprendizagem, na qual não deverá ser tida como prioridade para avaliar, porém somada as diferentes realidades em que a EAD se apresenta.
Sabemos que sua proposta é significativa no que diz respeito a fazer educação de forma efetiva. Mesmo de forma consciente, autônoma, interativa, comprometida com a formação continuada, na qual dará oportunidade a sociedade um espaço de formação, de troca e meio à inclusão para uma educação para todos, encontramos distorções que inviabilizam o processo educacional à distância.
A definição de EAD como uma proposta inclusiva ainda precisa ser repensada como educação para o futuro, em que sua proposta não deve ser vista como saída para uma educação justa, mas como momento inerente ao que vivemos, hoje, no qual é um processo árduo, que precisa superar suas limitações a partir de uma legislação repensada não no moldes que já temos, porém condizente ao momento em que estamos, propondo um significado crítico-reflexivo ao que queremos. 

As questões importantes, levantadas no presente artigo, sobre tal tema, podem ser consideradas como caminho para uma educação inovadora a partir de uma roupagem caracterizada pela interatividade e não-linearidade, em que se apresenta não como saída para uma educação de qualidade, mas complementar a que temos, modalidade presencial, para uma educação justa. 
De acordo com Litwin (2001), a EAD é considerada como uma modalidade de ensino com características específicas, caracterizando-se pela utilização de uma multiplicidade de recursos pedagógicos, objetivando a construção do conhecimento, na qual apresenta excelentes possibilidades da modalidade para a educação permanente. 
O primeiro ponto que discutiremos é a mediação como princípio educacional que requer superação de limitações, as quais surgem a partir de desafios inerentes ao meio. Os desafios se apresentam com um significado pertinente a construção da aprendizagem, surgem num espaço de desequilíbrio, nos quais expectativas são afloradas desencadeando necessidades para a atuação de um indivíduo, quer flexível. Os termos mediação e desafio estão relacionados ao que se refere às potencialidades necessárias à superação de entraves que possam surgir ao nos depararmos num mundo de transformações constantes. 
A mediação surge como meio viável à intervenção necessária para propiciar credibilidade ao ousar no desconhecido. O mediador deve está preparado para proporcionar um ambiente de desequilíbrio à realidade do indivíduo sem subestimá-lo, percebendo a partir de um diagnóstico prévio suas reais necessidades. 

O processo de ensino aprendizagem quer presencial ou à distância requer um espaço interativo, confiável, onde a reciprocidade na construção do conhecimento é fundamental. Considerando a mediação enquanto princípio educativo, podemos viabilizar o processo no que se refere a sua potencialidade. A mediação como princípio educacional vem resignificar a prática docente, em particular, na EAD a presença de um espaço de mediações promove as competências do tutor a um significado de valores inerente a sua atuação. 
Um outro ponto é a abordagem de aprendizagem, de acordo com Costa Lins, Ribeiro e Neves (2004), as teorias comportamentais “... são teorias calcadas nas características de indivíduos ou de espécies de indivíduos, e que dão pouquíssima ou nenhuma atenção às condições sócioculturais de vida desses mesmos indivíduos. O núcleo comum dessas teorias é a ênfase dada aos comportamentos modificados, se bem que as suas formas de obtenção sejam peculiares a cada um”. 
Portanto consideramos a importância de registrarmos as contribuições dos estudos de Pavlov, Skinner e Bandura no que se refere aos critérios que legitima a aprendizagem: aquisição, retenção e transferência, para exemplificarmos se há aprendizagens que podem ser explicadas através da abordagem comportamental e se há outras que não podem. 
Ivan Pavlov fundamenta sua teoria por meio do estímulo condicionado, a aquisição se dá pelo condicionamento respondente; a retenção é fraca e a transferência é tida como ponto negativo em sua teoria, não há aprendizagem significativa, conhecida como condicionamento clássico. 
Skinner fundamenta sua teoria por meio do condicionado operante, a aquisição é fácil e rápida; a retenção não é forte e a transferência é pouco presente. O reforço é uma característica fundamental. 
Albert Bandura fundamenta sua teoria por meio do condicionado social, a aquisição se faz de modo indireto; a retenção não é muito grande e a transferência será reduzida, conhecida como aprendizagem vicariante. 
Diante da apreciação feita acima acerca da construção do conhecimento, segundo os principais nomes das teorias comportamentais, há aprendizagens que podem ser explicadas a partir do condicionamento, ponto chave para fundamentação nas presentes teorias. Um exemplo clássico é o uso de códigos para se comunicar, usamos símbolos fictícios que constituam o nosso alfabeto, o reforço é fundamental para que possamos fixar e/ou apreender, com um tempo sem reforço será inevitável esquecer, fazendo uma analogia à simbologia matemática, a interação se faz presente através da contextualização e dos requisitos inerente a potencialidades ao que se refere o conhecimento matemático, características das teorias cognitivas. 
De acordo com Costa Lins, Ribeiro e Neves (2004), as teorias cognitivas “... se caracterizam por apresentar a aprendizagem como resultante de um processo de construção”. 
Portanto consideramos a importância de registrarmos as contribuições dos estudos de Gestalt, Jean Piaget, Jerome Bruner, Lev Vygotsky e Howard Gardner no que se refere aos critérios que legitima a aprendizagem: aquisição, retenção e transferência, para destacarmos aspectos das abordagens de aprendizagem que são úteis na prática do professor/tutor. 
Gestalt fundamenta sua teoria na percepção, a aquisição, ou seja, a aprendizagem ocorre por meio de relações estruturadas; a retenção, como a aprendizagem é conservada, se dá pela observação da permanência e na sua reutilização, e a transferência possibilita uma comunicação entre diversas estruturas anteriores e as novas situações. 
Jean Piaget fundamenta sua teoria por meio da interação do sujeito (homem) com o objeto (meio-físico-social), a aquisição está relacionada com processo de equilibração; a retenção considera o inconsciente cognitivo e a transferência considera as suas aprendizagens anteriores, a partir de novas situações. 
Jerome Bruner fundamenta sua teoria por meio da intuição, a aquisição está relacionada com a percepção; a retenção, com a disponibilidade do conteúdo intuído a uma categoria para sua utilização e a transferência a partir de novas intuições. 
Lev Vygotsky, apresenta uma teoria psicológica sóciocultural do desenvolvimento, a aquisição acontece por meio da mediação simbólica; a retenção confere a cada conteúdo um significado e a transferência é uma constante. 
A abordagem sóciocultural enfatiza aspectos sócios-políticos-culturais, tendo forte vínculo com a cultura popular. Todos os seres humanos são homens concretos, situados no tempo e no espaço, inseridos num contexto histórico. 
O homem chegará a ser sujeito através da reflexão sobre seu ambiente concreto, quanto mais ele reflete sobre a sua própria condição concreta, mais se torna progressiva e gradualmente consciente, comprometido a intervir na realidade para mudá-la.

Por Rodiney MarceloEspecialista em Educação a Distância (SENAC)Colunista Brasil Escola. Disponível em http://www.brasilescola.com/educacao/aprendizagem-ead.htm.
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A idéia de infância e a sua escola

A referência para esta discussão é o importante historiador francês Philippe Ariés que organiza o entendimento histórico da criança por meio de três identidades:

Ø  Primeira identidade – Criança-adulto ou infância negada – séculos XIV, XV.
Ø  Segunda identidade – Criança-filho-aluno ou a criança-institucionalizada – séculos XVI, XVII.
Ø  Terceira identidade – Criança-sujeito social ou sujeito de direitos – séculos XX.
Primeira identidade: “a criança-adulto” ou a infância negada -> Philippe Ariés foi buscar nas artes e na literatura da época medieval a idéia que prevalecia sobre a criança e a infância. Afirma, ainda, o autor, que as crianças eram desenhadas como o adulto em escala menor, com músculos e feições de adultos.As crianças morriam em grande número pelas precárias condições de higiene e saúde. Esta mortalidade infantil era considerada natural, talvez porque se acreditasse que a criança pequena não tinha “alma”. Sobre a prática do infanticídio na Idade Média, assim nos ensina Ariés (1978, p.17): “ O infanticídio era um crime severamente punido. No entanto, era praticado em segredo, sob forma de um acidente: as crianças morriam asfixiadas naturalmente na cama dos pais, onde dormiam. Não se fazia nada para conservá-las ou para salvá-las , tornando-se um infanticídio tolerado. As pessoas se divertiam com a criança equena como com um animal de estimação, um sentimento superficial, “ a paparicação”. Ainda sobre a “paparicação”, podemos dizer que atualmente tem-se um tanto dete sentimento,pois muitas escolas de Educação Infantil guardam referência a esta criança relacionada a um animalzinho de estimação, um mimo dos adultos. Isto percebe-se através dos nomes que são dados a essas escolas: Pirilampo, Ursinho Pimpão, Totó, Fofinhos, etc...
Podemos concluir que, neste período, essa identidade da criança está definida pelo não-sentimento de infância, o que quer dizer que não havia afeto pelas crianças, ou que na totalidade eram abandonadas ou desprezadas, mas sim que não havia uma consciência da particularidade infantil, ou seja, não se distinguia a criança do adulto.
Segunda identidade: a criança-filho-aluno ou a infância institucionalizada -> A infância torna-se o centro do interesse educativo dos adultos (sentimentos de afetividade, cuidados, reconhecimento, continuidade da família). A escola é o meio de educação. Ariés (1978, p. 277) “A escola confinou uma infância outrora livre num regime disciplinar cada vez mais rigoroso, que nos séculos XVIII e XIX resultou na enclausuramento total do internato”.
Duas idéias novas surgem ao mesmo tempo: a noção da fraqueza da infância e o sentimento da responsabilidade moral dos mestres.Três características do sistema disciplinar da época: a vigilância constante, a delação erigida em princípio de governo e em instituição, e a aplicação ampla de castigos corporais. (Ariés, 1978 p.180).
Em relação a família, esta tornou-se o centro de afeição entre pais e filhos. Os pais se interessavam pelos estudos de seus filhos e os acompanhavam com intensidade. As crianças ganharam roupas específica que as distinguia dos adultos.Observe-se que que a família não é nova, mas, sim, o sentimento de família é que muda. Deste período, concluímos que a criança paga um preço alto pela conquista da sua identidade de criança filho-aluno.
Terceira identidade: a criança-sujeito social, sujeito de direitos -> Apesar da semelhança cronológica, existem diferentes infâncias:
Ø  A da criança pertencente a uma família com nível sócio-econômico alto, que brinca e estuda, mas tem uma rotina preenchida com inúmeras atividades (esportes, estudo de línguas estrangeiras, artes etc.);
Ø  A da criança que participa da formação de renda da família e por isso trabalha e nem sempre pode estudar;
Ø  A da criança que, nas grandes cidades, acompanha os adultos ou até mesmo outras crianças, e fica pedindo esmolas ou cometendo pequenas infrações;
Ø  A da criança que ajuda o pai ou a mãe nas tarefas diárias de casa ou do trabalho, aprendendo desde cedo uma profissão.
Todas são crianças, porém suas situações de socialização, condições de vida, tempo de escolarização, de brincadeiras e de trabalho são diferentes. A etapa histórica em que vivemos, marcada pelo avanço tecnológico-científico e por mudanças ético-sociais, apresenta os requisitos necessários para que a Educação Infantil dê um salto no sentido de compreender a criança como sujeito social e, portanto, um sujeito com direitos. Esta mudança só será possível se a família e a escola forem capazes de compreender, que a criança é capaz de construir e de ler a sua realidade, é a protagonista da sua própria história, é capaz de interagir com as pessoas com quem tem referência e com outras crianças, assim como influenciar ambos significativamente.
Função da instituição de Educação Infantil: educar e cuidar
Cuidar tem como significado, na maioria das vezes, realizar as atividades voltadas para os cuidados primários: higiene, sono e alimentação. Por outro lado, a criança vive um momento fecundo, em que a interação com as pessoas e as coisas do mundo vai levando-a a atribuir significados àquilo que a cerca. Este processo, que faz com que a criança passe a participar de uma experiência cultural que é própria de seu grupo social é o que chamamos de educação.

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O perfil do docente ideal


 Domina os conteúdos curriculares das disciplinas.
• Tem consciência das características de desenvolvimento dos alunos.
• Conhece as didáticas das disciplinas.
• Domina as diretrizes curriculares das disciplinas.
• Organiza os objetos e conteúdos de maneira coerente com o currículo, o desenvolvimento dos estudantes e seu nível de aprendizagem.
• Seleciona recursos de acordo com os objetivos de aprendizagem e as características de seus alunos.
• Escolhe estratégias de avaliação coerentes com os objetivos de aprendizagem.
• Estabelece um clima favorável para a aprendizagem.
• Manifesta altas expectativas em relação às possibilidades de aprendizagem de todos.
• Institui e mantém normas de convivência em sala.
• Demonstra e promove atitudes e comportamentos positivos.
• Comunica-se efetivamente com os pais dos alunos.
• Aplica estratégias de ensino desafiantes.
• Utiliza métodos e procedimentos que promovem o desenvolvimento do pensamento autônomo.
• Otimiza o tempo disponível para o ensino.
• Avalia e monitora a compreensão dos conteúdos.
• Busca aprimorar seu trabalho constantemente com base na reflexão sistemática, na autoavaliação e no estudo.
• Trabalha em equipe.
• Possui informação atualizada sobre as responsabilidades de sua profissão.
• Conhece o sistema educacional e as políticas vigentes.
Referenciais para o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente – Documento para Consulta Pública, MEC/Inep.

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Consumo e novas tecnologias. Para quem?


Numa sociedade capitalista, estar excluído do mercado é estar excluído das condições dignas de vida. Porque as coisas necessárias para uma vida digna, você consegue via mercado. A grande pergunta é: por que o sistema econômico no qual vivemos hoje exclui tanta gente das relações econômicas e sociais que passam pelo mercado? 
No contexto da sociedade atual, sem dúvida, a economia é o tema central, é a grande questão. Não somente porque nós vivemos numa sociedade capitalista, em que tudo está centrado na questão da economia e do aumento de capital, mas também porque, na vida real, as coisas passam pelo campo econômico; as coisas que nós precisamos para viver, nós compramos. E, para comprar, é preciso estar inserido no mercado.
O que é o mercado?
De uma forma bem simples, o mercado é um espaço de compra e venda. Para você entrar no mercado, você precisa ter alguma coisa para trocar. Ou você tem dinheiro e compra; ou você tem um trabalho para vender, para receber salário; ou você tem uma mercadoria para vender, para pegar o dinheiro e comprar as coisas de que precisa. Então, de uma forma simples, o mercado é um espaço de troca. Nesse sentido, o mercado é bom. É uma coisa necessária, uma invenção humana de muito tempo atrás que possibilitou melhora nas condições de vida das pessoas.
O problema é que, no sistema capitalista, as regras do mercado passaram a ser as únicas regras. Antigamente, se alguém não tinha acesso ao mercado, se não tinha como comer, a sociedade, a comunidade ou a vizinhança ajudava. Você tinha as relações solidárias, relações comunitárias suprindo problemas de mercado. Numa sociedade capitalista, o mercado passa a ser o principal regulador da vida social. Então as pessoas, ou porque não têm emprego ou porque não têm renda suficiente, não conseguem entrar no mercado para comprar as coisas necessárias para viver, e viver de uma forma digna.
O ser humano e o consumo
O ser humano é um ser de desejos e necessidades. Portanto, ele não vive só pela necessidade, também deseja coisas. E, fundamentalmente, deseja ser reconhecido pelas outras pessoas. O grande desafio é tentar entender quais são os mecanismos de reconhecimento na sociedade.
Nas sociedades antigas, por exemplo, ser honrado era um valor importante para ser reconhecido como uma boa pessoa. Na sociedade da cultura de consumo de hoje, você é reconhecido pelo seu padrão de consumo. Eu desejo ser reconhecido, então, para isso, eu preciso comprar as coisas que não são necessárias para a sobrevivência imediata, mas são necessárias para ser reconhecido. Aí, aparecem tênis caros, celulares e carros sofisticados, que as pessoas passam a desejar. Com isso, o que o capitalismo faz é fomentar esse desejo de consumo, reforçando a ideia de classificação de pessoas por padrão de consumo. Assim, os pobres, além de não terem acesso a uma vida boa, também têm outro problema: são frustrados no desejo de reconhecimento.
Novos caminhos
O primeiro desafio dos cidadãos é possibilitar espaços de relacionamento nos quais o consumo não seja critério de reconhecimento. Uma das grandes contribuições que as comunidades cristãs dão ao mundo de hoje é permitir que pessoas simples, sem grande acesso ao consumo, possam ser reconhecidas como pessoas, como seres humanos, e que mesmo as pessoas que têm acesso ao consumo tenham a experiência de um reconhecimento humano verdadeiro, não através do padrão de consumo.
O segundo aspecto é lutar para criar espaços de sobrevivência econômica melhores para pessoas excluídas. Criar possibilidades como a economia popular e solidária, as práticas de educação profissionalizante, seja em formas tradicionais, seja em formas alternativas das práticas comunitárias.
O terceiro é fazer uma crítica à sociedade e a esse caráter perverso de uma economia baseada somente na acumulação do capital, que, além de excluir as pessoas da condição de uma vida digna, gera uma antropologia equivocada, a de achar que o ser humano é aquilo que consome.

Jung Mo Sung. Mundo Jovem – Um Jornal de Ideias. Ano 48, nº 404. Março de 2010.
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Algumas questões sobre a arte na educação infantil




“Precisei de toda uma existência para aprender a desenhar como as crianças”.
Pablo Picasso


Arte! O que é arte? Com certeza já ouvimos mães e professoras dizerem: esse menino/menina é muito arteiro/a..., mas será que arteiro tem alguma coisa haver com arte? Bem, arteiro segundo minhas pesquisas significa alguém levado, que faz traquinagens, travesso etc. E a arte? Bem, segundo o AULETE (dicionário digital), e a capacidade e aptidão do ser humano de aplicar conhecimentos e habilidade na execução de uma idéia, de um pensamento. É também uma atividade criadora do espírito humano, que busca representar as experiências coletivas ou individuais através de uma impressão estética, sensorial, emocional, cognitiva, sociais, éticas e estéticas. Bom, então a uma íntima relação entre arte e arteiro. Isso me leva a dizer todo/a artista é arteiro, pois, quão “chatas” seriam as músicas, pinturas, danças, literatura etc, sem a ousadia, a traquinagem. Seria tudo muito monótono quase sem vida.
Assim, a arte é um fenômeno eminentemente humano. Através dela damos sentidos e significados ao mundo que nos rodeia, que apriori estranho e sem sentido, ao poucos, por meio da arte, de suas dimensões simbólicas, ganham poder expressivo de representar idéias através de linguagens particulares, como a literatura, a dança, a música, o teatro, a arquitetura, a fotografia, o desenho, a pintura, entre outras formas expressivas. Deste modo, a arte, vai tornando este mundo que o humano o transformou em um lugar de exclusão e morte em um ambiente mais belo e prazeroso de se viver.
Mas o que tudo isso tem haver com educação e especialmente com a educação infantil? Para responder a esta indagação, farei um breve retrospecto da educação infantil e com base nos dados analisarei o papel da arte, sua importância, seu lugar (se é que ela tem um), e sua relevância.
Na Idade Média, no regime feudalista, a criança era considerada um pequeno adulto, que executava as mesmas atividades dos mais velhos. A partir do século XVI com o advento da burguesia, surgem neste momento duas atitudes contraditórias no que se refere à concepção de criança: uma a considera ingênua, inocente e é traduzida pela paparicação dos adultos; enquanto a outra a considerava imperfeita e incompleta e é traduzida pela necessidade do adulto moralizar a criança. Assim, ainda na sociedade burguesa ela passa a ser alguém que precisa ser cuidada, escolarizada e preparada para uma atuação futura.
Por outro lado a avanços interessantes, na visão de Rousseau a criança não poderia ser meramente considerada como um adulto em miniatura, “mas que ela vive em um mundo próprio cabendo ao adulto compreendê-la.”. Já em meados do século XX com alguns movimentos de renovação pedagógica que caminhavam em direção ao que denominamos “movimentos das escolas novas”, podemos observar assim, algumas sensíveis mudanças. A educação da criança que era extremamente formalista baseada nos estudos tradicionais de livros e textos começava a se voltar para os interesses e necessidades das crianças. No entanto, a sociedade capitalista, através da ideologia burguesa, caracteriza e concebe a criança como um ser a-histórico, a-crítico, fraco e incompetente, economicamente não produtivo, que o adulto deve cuidar.
No século XX devido ao grande hiato existente entre ricos e pobres surgem as políticas compensatórias para suprir as deficiências de saúde, nutrição, educação e as do meio sócio cultural. Por causa disso, foi instituída a educação pré-escolar (chamada educação compensatória) para crianças de quatro a seis anos e tinha como objetivo suprir as carências culturais existentes na educação familiar da classe baixa a fim de que elas se preparem para um trabalho e tenham oportunidade de ascensão social.
Com relação à criança como sujeito de direitos a Constituição de 1988 faz referência a direitos específicos das crianças e define como direito da criança de 0 a 6 anos de idade e dever do Estado o “atendimento em creche e pré-escola”, e em seu artigo 227 define, mais amplamente, os direitos da infância brasileira:É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar comunitária. (p.137).No tocante a educação infantil a mesma foi acentuada pela LDB Art. 29.
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (P.17). Deste modo, neste pequeno recorte não tem como objetivo abarcar toda a complexidade da temática em foco, pois, não seria possível diante das dimensões deste trabalho, mas apenas captar como eram vistas e pensadas a criança ao longo da história, o papel das instituições de ensino e as políticas publicas, bem como sua influência nos processos pedagógicos na contemporaneidade.
Como vimos, a crianças foram pensadas de muitas maneiras e sempre pela ótica do adulto e pelos mecanismos ideológicos que sempre viram as crianças pelo que elas não eram, sem nunca compreender o que eram.
Portanto, pensar a educação infantil sem mensurar as construções sócio-históricas que foram construídas em torno das crianças é incorrer em possíveis erros.De acordo com Leão (2008) sendo a escola o primeiro espaço formal onde se dá o desenvolvimento de cidadãos, nada melhor que por aí se dê o contato sistematizado com o universo artístico e suas linguagens: artes visuais, teatro, dança, música e literatura. No entanto, é perceptível que o trato dado à arte (ou o ensino da arte) sempre fica em segundo plano e seu fazer é reduzido a mera atividade de lazer e recreação em um processo extremamente mecânico.
A relevância da arte e seu fazer artístico não se limita ao simples papel recreativo, mas deve ser compreendido como instrumento pedagógico que viabiliza e contribui para o desenvolvimento dos meninos e meninas que ampliam seus olhares em relação ao mundo, seu potencial cognitivo, seu emocional etc, por outro lado também o educador e a educadora precisa acreditar que as crianças são capazes, são criadoras, são sujeitos. Estes meninos e meninas “arteiros” se enxergam como alguém capaz de criar, atribuir sentidos, construir relações, contextualizar, analisar, e comparar aquilo que faz parte de seu cotidiano, através de uma linguagem única: a arte.
Nesta direção, estas crianças se reconhecerão como participantes e construtores de suas próprias aprendizagens e saberes tão necessários à formação humana de cada individuo. Com relação ao como fazer isso dentro da sala de aula ou na escola vai estar diretamente atrelado ao que acabei de expor acima. Desse modo os/as educadores/as em primeiro lugar, precisam acreditar nas crianças. Acreditar que elas, mesmo diante das mais diversas dificuldades, tanto de materiais como de recursos humanos são capazes de produzir, de criar, de representar, de pensar sobre. Sem essa percepção inicial por partes dos/as educadores/as poderemos ter todos os recursos possíveis e o fazer artístico ficará ainda reduzida às atividades de coordenação motora, de passa tempo, de conotação decorativa, etc.
Nesse sentido, a arte não pode reduzir-se num elemento decorativo e festeiro. A arte valoriza a organização do mundo da criança, assim como o relacionamento com o outro e com o seu meio. Estimular o ensino da arte nesta perspectiva tornará a escola um espaço vivo, contribuindo assim para o desenvolvimento pleno de seus educandos.


Referências bibliográficas

BRASIL. Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996. Dispõem sobre as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Livia Céspedes. 32. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
LEÃO, M, R. A Arte no Espaço Educativo. Disponível em:< http://caracol.imaginario.com/paragrafo_aberto/rml_arteduca.html>. Acessado em 24/11/2008.

Por: Edimar Roberto de Lima Sartoro 
Disponível em:<  http://meuartigo.brasilescola.com/pedagogia/algumas-questoes-sobre-arte-na-educacao-infantil.htm
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A alfabetização de crianças com Síndrome de Down

A escola tem uma função reguladora e formativa na vida dos alunos, ela é, em grande parte, responsável pela passagem do aluno para o nível social. Acima de tudo, a escola tem o dever de ensinar o aluno a trocar ideias e ideais, de conviver com as diferenças, lidar com suas emoções e discutir.
A escola regular ou comum tem o dever de introduzir o aluno em um mundo crítico, cultural e diversificado e toda a criança tem o direito de fazer parte desta escola.
A aquisição da língua escrita pela criança é um dos requisitos fundamentais para que ela possa ser bem sucedida em sua trajetória escolar, uma vez que todo saber formal, veiculado pela escola, é realizado primordialmente, através da leitura e da escrita.
É natural que a escola regular tenha dificuldades para lidar com a subjetividade da criança com Síndrome de Down (SD). Este fato já aponta e demonstra a necessidade de existir um espaço para este fim, que não seja eminentemente clínico e que resguarde uma característica tipicamente educacional.
O aluno com SD tem uma maneira própria de encarar o saber, que, invariavelmente, não condiz com os ideais da escola regular. Não corresponder ao esperado pode ocorrer com todo e qualquer aluno, mas a criança de inclusão denuncia estas dificuldades de forma latente.
A criança com SD tem dificuldade de construir o saber com os demais alunos, principalmente quando inserido em escolas tradicionais. A criança incluída na escola regular encontra muitas barreiras para assimilar as coisas mais simples como, por exemplo, as características diretas de um objeto. Já para uma criança com desenvolvimento típico, construir conceitos, por exemplo, caracteriza-se por uma tarefa fácil.
Por isso, para as crianças com dificuldades de aprendizagem, o que inclui a SD, é muito importante o acompanhamento junto ao profissional de Psicopedagogia. É este profissional que irá avaliar as possibilidades de aprendizagem e a melhor forma de encaminhar estas crianças dentro do contexto escolar. Para que o atendimento psicopedagógico, dentro da escola regular, ocorra de forma adequada é preciso uma visão consistente do que é educação especial.
O aluno com SD pode e deve compartilhar o atendimento com colegas de desenvolvimento típico, para que tenha a possibilidade de outros tipos de acesso ao conhecimento. O trabalho especializado dentro da escola deve permitir ao aluno formular suas idéias para que ele não fique alienado diante de qualquer saber.
A partir de minha prática como psicopedagoga entendo que este trabalho não pode ser ordenado de forma rígida, nem planejado sistematicamente, é algo que surge de dentro para fora, ou seja, não deve visar à promoção escolar e, sim, às aprendizagens de vida e socialização da criança.

Referências

Alves, F. (2007) Para entender síndrome de down. Rio de Janeiro: Wak.
Alves, J.M.(1987) Estudo sobre a relação entre a extensão falada/escrita de palavras por crianças portadoras de Síndrome de Dow
n. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos.
Bibas, J.M. ; Valente, M.I. (2009) A alfabetização na Síndrome de Down. Reviver Down. In: http//WWW.reviverdown.org.br/pagina_apr
endiz_alfabetiza.htm
Brasil. (2001) Ministério da educação: Diretrizes nacionais para a educação especial na educação inclusiva. Brasília:Mec/ SEESP.
Bucley, S. ; Bird, G.; Sacks, B. ;Archer, T. (2006) A comparison of mainstream and special education for teenagers with Down syndr
ome: implications for parents and teachers Downs. Syndrome Res Ptact. 9(3), 54-67.
Correa, J.; Maclean, M.(1999) Aprendendo a ler e a escrever: A narrativa das crianças sobre a alfabetização. Psicologia: Reflexão e Crítica, 12(2), 273-286.

Por: Daiane Rodrigues disponível em http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/a-alfabetizacao-criancas-com-sindrome-down.htm
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A nossa sala é um lugar onde...

Não temos de ser todos iguais.
Não temos de pensar todos da mesma maneira.
Não temos de fazer as mesmas coisas.
Não temos de falar das mesmas coisas.
Não temos de nos vestir da mesma maneira.
Não temos de acreditar nas mesmas coisas.
Temos o direito de ser nós próprios.
Gostamos que as pessoas sejam diferentes umas das outras.
Sabemos que as nossas diferenças nos tornam especiais e únicas.
Damos o mesmo valor a todas as formas de ser, de atuar e de acreditar — mesmo quando não concordamos com elas.
Fazemos tudo o que está ao nosso alcance para resolvermos os nossos problemas de forma pacífica.
Manifestamos a nossa indignação quando vemos alguém ser tratado injustamente.
Tratamos os outros como gostaríamos de ser tratados.
Tratamo-nos uns aos outros com respeito.


BEANE, Allan L. A Sala de Aula sem Bullying. Porto: Porto Editora, 2006.
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Os níveis da alfabetização

Primeiro nível → Pré-silábico I
Nesse nível  aluno pensa que se escreve com desenhos. as letras não querem dizer nada para ele. a professora pede que ele escreva “bola”, por exemplo, e ele desenha uma bola.
Segundo nível → Pré-silábico II
O aluno já sabe que não se escreve com desenhos. ele já usa letras ou, se não conhece nenhuma, usa algum tipo de sinal ou rabisco que lembre letras.
Nesse nível o aluno ainda nem desconfia que as letras possam ter qualquer relação com os sons da fala. ele só sabe que se escreve com símbolos, mas não relaciona esses símbolos com a língua oral. acha que coisas grandes devem ter nomes com muitas letras e coisas pequenas devem ter nomes com poucas letras. acredita que para que uma escrita possa ser lida deve ter pelo menos três símbolos. caso contrário, para ele, “não é palavra, é pura letra”.
Terceiro nível → Silábico
O aluno descobriu que as letras representam os sons da fala, mas pensa que cada letra é uma sílaba oral. se alguém lhe pergunta quantas letras é preciso para escrever “cabeça”, por exemplo, ele repete a palavra para si mesmo, devagar, contando as sílabas orais e responde: três, uma para “ca”, uma para “be” e uma para “ça”
Quarto nível → Alfabético
O aluno compreendeu como se escreve usando as letras do alfabeto. descobriu que cada letra representa um som da fala e que é preciso juntá-las de um jeito que formem sílabas de palavras de nossa língua.

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Diálogo

Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.
Se não amo o mundo, se não amo a vida, se não amo os homens, não me é possível o diálogo.
O diálogo, como encontro dos homens para a tarefa comum de saber agir, se rompe, se seus pólos (ou um deles) perdem a humildade.
Como posso dialogar, se alieno a ignorância, isto é, se a vejo sempre no outro, nunca em mim?
Como posso dialogar, se me admito como um homem diferente, virtuoso por herança, diante dos outros, meros "isto", em que não reconheço outros eu?
Como posso dialogar, se me sinto participante de um "gueto" de homens puros, donos da verdade e do saber, para quem todos os que estão fora são "essa gente", ou são "nativos inferiores"?
Como posso dialogar, se parto de que a pronúncia do mundo é tarefa de homens seletos e que a presença das massas na história é sinal de sua deterioração que devo evitar?
Como posso dialogar, se me fecho à contribuição dos outros, que jamais reconheço, e até me sinto ofendido com ela?
Como posso dialogar se temo a superação e se, só em pensar nela, sofro e definho?
A auto-suficiência é incompatível com o diálogo. Os homens que não tem humildade ou a perdem, não podem aproximar-se do povo. Não podem ser seus companheiros de pronúncia do mundo. Se alguém não é capaz de sentir-se e saber-se tão homem quanto os outros, é que lhe falta ainda muito que caminhar, para chegar ao lugar de encontro com eles. Neste lugar de encontro, não há ignorantes absolutos, nem sábios absolutos, há homens que, em comunhão, buscam saber mais.
Não há também, diálogo, se não há uma intensa fé nos homens. Fé no seu poder de fazer e de refazer. De criar e recriar. Fé na sua vocação de ser mais, que não é privilégio de alguns eleitos, mas direitos dos homens.
A fé nos homens é um dado a priori do diálogo. Por isto, existe antes mesmo de que ele se instale. O homem dialógico tem fé nos homens antes de encontrar-se frente a frente com eles. Esta, contudo, não é uma ingênua fé. O homem dialógico, que é crítico, sabe que, se o poder de fazer, de criar, de transformar, é um poder dos homens, sabe também que podem eles, em situação concreta, alienados, ter este poder prejudicado.
Esta possibilidade, porém, em lugar de matar no homem dialógico a sua fé nos homens, aparece a ele, pelo contrário, como um desafio ao qual tem de responder. Está convencido de que este poder de fazer e transformar, mesmo que negado em situações concretas, tende a renascer. Pode renascer. Pode constituir-se. Não gratuitamente, mas na e pela luta por sua libertação. Com a instalação do trabalho não mais escravo, mas livre, que dá a alegria de viver. 
Sem esta fé nos homens, o diálogo é uma farsa. Transforma-se, na melhor das hipóteses, em manipulação adocicadamente paternalista.
Ao fundar-se no amor, na humildade, na fé nos homens, o diálogo se faz uma realização horizontal, em que a confiança de um pólo no outro é conseqüência óbvia. Seria uma contradição se, amoroso, humilde e cheio de fé, o diálogo não provocasse este clima de confiança entre seus sujeitos. Por isto inexiste esta confiança na antidialogicidade da concepção "bancária" da educação.
Se a fé nos homens é um dado a priori do diálogo, a confiança se instaura com ele. A confiança vai fazendo os sujeitos dialógicos cada vez mais companheiros na pronúncia do mundo. Se falha esta confiança, é que falharam as condições discutidas anteriormente.
Um falso amor, uma falsa humildade, um debilitada fé nos homens não podem gerar confiança. A confiança implica no testemunho que um sujeito dá aos outros de suas reais e concretas intenções. Não pode existir, se a palavra, descaracterizada, não coincide com os atos. Dizer uma coisa e fazer outra, não levando a palavra a sério, não pode ser estímulo à confiança.
Não é porém, a esperança um cruzar de braços e esperar. Movo-me na esperança enquanto luto e, se luto com esperança, espero.
Se o diálogo é o encontro dos homens para ser mais, não pode desfazer-se na desesperança. Se os sujeitos do diálogo nada esperam do seu que fazer, já não pode haver diálogo. O seu encontro é vazio e estéril. É burocrático e fastidioso.

Diálogo Texto  escrito pelo  professor Paulo Freire  extraído do livro  Pedagogia do Oprimido -editado pela editora Paz e Terra 18edição

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Aprenda a lidar com crianças desafiadoras
Teresa Paula Marques, psicóloga clínica
In: CERTA – Maio de 2009

Lidar com uma criança com transtorno de oposição e desafio constitui um grande repto para os pais
É comum que crianças com transtorno de hiperactividade e défice de atenção (THDA) apresentem também outros problemas. As patologias que surgem habitualmente associadas ao THDA são os comportamentos de desafio e oposição, ansiedade, transtornos de conduta, tiques e perturbações do humor. Assim, os comportamentos de oposição constituem a maior percentagem de casos.
COMPORTAMENTO de oposição pode evoluir para alterações mais sérias do comportamento, por isso é urgente consultar um profissional

O QUE É E COMO SE MANIFESTA

O transtorno de oposição e desafio (TOD) pode ser definido como um padrão persistente de comportamentos negativistas, hostis, desafiadores e desobedientes observados nas interacções sociais da criança com adultos e figuras de autoridade de uma forma geral, sejam pais, tios, avós ou professores. As crianças com TOD facilmente perdem a paciência, discutem com os adultos, desafiam e recusam obedecer a solicitações ou regras, incomodam deliberadamente os outros, não assumem os seus erros e estão quase sempre irritadas.
Devido aos sintomas mencionados, existe nestas crianças ou adolescentes um prejuízo significativo no funcionamento social e académico. Estão constantemente envolvidas em discussões e são muitas vezes rejeitadas pelos colegas de escola, o que lhes traz problemas ao nível da auto-estima.
Os sintomas iniciam-se antes dos oito anos de idade e esta perturbação apresenta-se, em número significativo de casos, como um precursor do transtorno de conduta, forma mais grave de perturbação disruptiva do comportamento.

A IMPORTÂNCIA DAS REGRAS

Russell Barkley, um dos mais conceituados especialistas na área da hiperactividade, considera que o comportamento de oposição se encontra associado ao transtorno de hiperactividade, sendo este o responsável pelas dificuldades da criança na regulação das emoções. Por outro lado, as famílias de hiperactivos parecem ter elas próprias dificuldade em gerir as emoções, pelo que não conseguem ensinar as crianças como fazê-lo adequadamente. Estas crianças precisam, então, de ser educadas com alguma firmeza, temperada de afecto.
Segundo Barkley, sempre que os pais queiram dar uma ordem devem posicionar-se perto da criança, com voz firme, sem deixarem de ser amorosos, usando o verbo na forma imperativa. De preferência há que olhar directamente nos olhos da criança e, se houver resistência, socorrerem-se de uma discreta pressão física (segurar-lhe no braço, por exemplo). Há que evitar retardar ou desistir de uma ordem quando esta já foi proferida.

O que os pais não devem fazer

O conhecimento de certas estratégias comportamentais pode ajudar muitos pais a corrigirem hábitos que, de uma maneira ou de outra, acabam por contribuir para o aumento da tensão familiar. Vamos referir alguns aspectos que devem ser evitados porque estimulam a desobediência.
• DAR ORDENS À DISTÂNCIA Falar de um quarto para o outro (onde está a criança) é algo completamente ineficaz, pois ela irá manter-se desatenta e sem cumprir a ordem. As ordens têm de ser dadas presencialmente, assegurando-se que ela as compreendeu.
• DAR ORDENS VAGAS Pedir à criança que se comporte “como um bom menino” não clarifica o que se espera e o que não se espera que ela faça. Há que ser o mais concreto possível!
• DAR ORDENS COMPLEXAS Havendo de antemão dificuldade em fixar na memória de curto prazo as actividades a fazer, solicitar a execução de várias tarefas só servirá para tornar a sua realização menos provável.
• DAR ORDENS COM ANTECEDÊNCIA Ordenar a uma criança com TOD que, quando acabar de brincar, tem de arrumar os brinquedos, só serve para interromper o prazer que ela está a ter, já que as ordens serão esquecidas.
• DAR ORDENS ACOMPANHADAS DE MUITAS EXPLICAÇÕES Muitos pais, de modo a evitar parecer autoritários, perdem-se em argumentações sobre as necessidades do cumprimento das ordens. Como a criança não consegue estar atenta durante muito tempo, é bastante provável que no final da explanação do progenitor ela já não se lembre da maior parte do que foi dito.
• DAR ORDENS SOB A FORMA DE PERGUNTA Perguntar”podes ir agora fazer os trabalhos de casa?” deixa um espaço livre para que a criança diga que não. As ordens devem ser claras e assertivas.
• DAR ORDENS EM TOM AMEAÇADOR É frequente que, antevendo a batalha que vai ser travada após uma solicitação, os pais dêem a ordem já em tom de ameaça, como se a recusa já tivesse ocorrido. Assim, a criança vai tender a imitar o progenitor e a reagir no mesmo tom, uma vez que o clima de hostilidade já está instalado.
Um aspecto de enorme importância prende-se com a consistência entre o casal, ou seja, o pai e a mãe devem esforçar-se por ter a mesma atitude, caso contrário essa desarmonia será facilmente detectada pela criança e até usada para manipular os progenitores. Face a este quadro, torna-se muitas vezes necessário um acompanhamento psicológico. O psicólogo pode ajudar a criança a lidar com a frustração e a encontrar canais mais saudáveis de escoamento dos sentimentos de hostilidade, ao mesmo tempo que se torna necessário ajudar os pais a lidar por essa difícil e desgastante tarefa.
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A loja da educação

Caminhando pela rua vi uma loja que se chamava a loja da educação.
Entrei na loja e vi um professor no balcão.

Maravilhado lhe perguntei.
- Mestre professor o que vendes?

Ele me respondeu

Tudo que necessita para ter uma educação

Custa muito caro?

Não tudo é de graça?

Contemplei a loja e vi jarros de respeito, pacotes de esperança e dedicação, caixinhas de amor, sabedoria, flexibilidade de compromisso.

Tomei coragem e pedi:

Por favor, pedir muito amor, respeito, bastante, sabedoria, esperança emfim.

Educação para mim, para minha família e toda a comunidade.

Então o professor preparou um pequeno embrulho que cabia na minha mão.

Sem entender perguntei-lhe

Como é possível colocar tantas coisas nesse pequeno embrulho?

O professor respondeu-me sorrindo meu querido, aqui na loja da educação não oferecemos frutos apenas sementes.

Autor Desconhecido
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O que é a educação?
Resumo

A educação está e, todos os lugares e no ensino de todos os saberes. Assim não existe modelo de educação, a escola não é o único lugar onde ela ocorre e nem muito menos o professor é seu único agente. Existem inúmeras educações e cada uma atende a sociedade em que ocorre, pois é a forma de reprodução dos saberes que compõe uma cultura, portanto, a educação de uma sociedade tem identidade própria. 
O ponto fraco da educação está nos seus agentes, pois, com consciência ou não, reproduzem ideologias que atendem a grupos isolados da sociedade. Aí vê ? se que a educação reflete a sociedade em que ocorre, em sociedades tribais ela é comunitária e igualitária, já em nossa sociedade capitalista: específica, isolada e desigual. 
Na Grécia Antiga a educação, denominada de Paidéia, se iniciou como comunitária, mas com o desenvolvimento da sociedade se tornou específica, onde havia uma educação para nobres, outra para plebeus e nenhuma para os escravos, surge à figura do pedagogo, um escravo domestico que além de conduzir as crianças nobres à escola também era responsável pela sua educação. Em todas as educações gregas o indivíduo era educado para a sociedade como um todo. 
Em Roma a educação surgiu como na Grécia, comunitária, mas se desenvolveu de forma diferente, onde a formação do patriarca agricultor sobressaia sobre o cidadão. Mais tarde surge a escola primária, como a escola de primeiras letras gregas, também surge à escola gramáticos, e muito mais tarde a Lector. Havia em Roma a educação que formavam os trabalhadores na oficina ? de ? trabalho, e o cidadão era educado para também empregar seu saber na sociedade. 
A escola surge com o desenvolvimento do cristianismo na Antiga Europa para uma educação que salvaria almas, e isso perdurou até o final do século XIX quando Émile Durkheim começou a ligar educação e sociedade, a educação vira fato social, pois para ele há um consenso harmônico que mantêm o ambiente social. 
Mas pergunta ? se saber este consenso, pois na verdade a educação não aplica sua idéia, a prática é bem diferente, há uma elite capitalista que controla a educação, entretanto, ela ocorre fora das paredes da escola, na comunidade, assim a dominação capitalista encontra resistência política. 
A única forma de reinventar a educação, como dizia Paulo Freire, é traze ? lá ao cotidiano do aluno, fazendo com que a vivencia e as experiências do indivíduo façam parte efetiva da escola, e a educação será livre e comunitária. 
Análise Crítica 
O livro expõe a educação de maneira neutra, onde não se toma partido para nenhuma teoria fixa da sociologia. Os teóricos da educação sempre se definem na teoria do conflito ou do consenso, e Brandão mostrou a educação como ela é, aberta a todos e pertencente a todos. 
Mas foi tomada uma linha, a qual se defendeu algo muito importante, o partido da educação. Esta foi apresentada do seu início, nos primórdios da humanidade, para refletir ? se sobre o que realmente vem a ser educação, libertando ? a das paredes da escola, da figura do professor, principalmente escolaridade. 
Na Grécia conheceu ? se a Paidéia, a origem da pedagogia, e a importância da formação do indivíduo para a sociedade. 
Em Roma conheceu ? se a educação dos patriarcas, a escola primária, a gramaticus e o nível superior Romano, a Lector. 
Foi mostrado pelo autor como surgiu a escola, e como a idade Média a reproduzir até o século XIX, quando Émile Durkleim mostrou a educação como fato social para uma sociedade orgânica e harmônica, entretanto, essa harmonia esconde um conflito, o qual uma elite rica e influencia domina a educação para a formação de bons trabalhadores. 
Hoje a educação é oferecida ao povo numa democracia que o povo, principal cliente, a educação precisa ser reinventada, fazendo com que ela faça parte da vida e do cotidiano dos alunos, incluindo ? se na cultura popular das comunidades brasileiras.

BRANDÃO. Carlos R. O que é educação, 33ª Ed. Brasiliense, São Paulo. 1995. Resumo Analítico Critico Disponível em http://resumos.netsaber.com.br/ver_resumo_c_1208.html
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Conheça as diferenças entre os métodos de alfabetização


Fônico
Enfatiza as relações símbolo-som. Há duas "correntes". Na sintética, o aluno conhece os sons representados pelas letras e combina esses sons para pronunciar palavras. Na analítica, o aluno aprende primeiro uma série de palavras e depois parte para a associação entre o som e as partes das palavras. Pode utilizar cartilhas.
Linguagem total ("whole language")
Defende que os sistemas linguísticos estão interligados, e que a segmentação em imagens ou sons deve ser evitada. Os estudantes são apresentados a textos inteiros, já que acredita-se que "se aprende lendo". Em sala de aula, o professor lê textos para os alunos, que acompanham a leitura com o mesmo texto, assim se "familiarizando" com a linguagem escrita. A partir dessa familiarização, vão aprendendo palavras e, depois, as sílabas e as letras. Não utiliza cartilhas.
Orientação dos PCNs
Diagnóstico prévio do aluno antes de optar por qualquer método. Algumas crianças entram na primeira série sabendo ler. O professor lê textos em voz alta e é acompanhado pela classe, que tem em mãos os mesmos textos. Os alunos são estimulados a copiar textos com base em uma situação social pré-existente: por exemplo, eles ouvem poesias e compõem, por cópia ou colagem, seus cadernos de poemas favoritos. A leitura em voz alta por parte dos estudantes é substituída por encenações de situações que foram lidas, desenhos que ilustram os trechos lidos etc. As crianças aprendem a escrever em letra de forma; a consciência fônica é uma consequência. Não utiliza cartilhas.
Alfabético
Os alunos primeiro identificam as letras pelos seus nomes, depois soletram as sílabas e, em seguida, as palavras antes de lerem sentenças curtas e, finalmente, histórias. Quando os alunos encontram palavras desconhecidas, as soletram até decodificá-las. Pode utilizar cartilhas.
Analítico
Também conhecido como método "olhar-e-dizer", começa com unidades completas de linguagem e mais tarde as divide em partes. Exemplo: as sentenças são divididas em palavras, e as palavras, em sons. O "Orbis Sensualium Pictus" é considerado o primeiro livro escolar importante. Abaixo das gravuras estavam os nomes impressos para que os estudantes memorizassem as palavras, sem associá-las a letras e sons. Pode utilizar cartilhas.
Sintético
Começa a ensinar por partes ou elementos das palavras, tais como letras, sons ou sílabas, para depois combiná-los em palavras. A ênfase é a correspondência som-símbolo. Pode utilizar cartilhas.

CYNARA MENEZES - free-lance para a Folha de S.Paulo. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u642.shtml
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A educação à distancia como opção estratégica

A educação a distância, antes vista como uma modalidade secundária ou especial para situações específicas, destaca-se hoje como um caminho estratégico para realizar mudanças profundas na educação como um todo. É uma opção cada vez mais importante para aprender ao longo da vida, para a formação continuada, para a aceleração profissional, para conciliar estudo e trabalho.
Ainda há resistências e preconceitos e ainda estamos aprendendo a gerenciar processos complexos de EAD, mas um país do tamanho do Brasil só pode conseguir superar sua defasagem educacional através do uso intensivo de tecnologias em rede, da flexibilização dos tempos e espaços de aprendizagem, da gestão integrada de modelos presenciais e digitais.
A educação a distância está modificando todas as formas de ensinar e aprender, inclusive as presenciais, que começam a utilizar cada vez mais metodologias semi-presenciais,  flexibilizando a necessidade de presença física, reorganizando os espaços e tempos, as mídias, as linguagens e os processos. 
A EAD é cada vez mais complexa, porque está crescendo em todos os campos, com modelos diferentes, rápida evolução das redes, mobilidade tecnológica, pela abrangência dos sistemas de comunicação digitais. 
Temos a EAD com alta escalabilidade, que se expande nacional e internacionalmente, atendendo a cada vez mais alunos, em mais cidades, perto de onde o aluno está. Elabora e desenvolve modelos adaptados a um grande número de alunos, com variedade de oferta, custos diluídos. Este é o caminho de alguns poucos grandes grupos e marcas, que detêm mais da metade de todos os alunos.
As características deste modelo de massa são: Quantidade, escalabilidade, atendimento a muitos ao mesmo tempo, abrangência nacional e internacional, produto interessante para a maioria, bem dimensionado e aceito, preço baixo, fortes ações de captação e marketing. 
Temos também a EAD para atendimento de segmentos específicos, regionais ou temáticos. As instituições atuam em áreas com competência comprovada. Focam públicos definidos. É a opção viável para a maior parte das instituições.
Um caminho possível e até agora não bem sucedido é o de participar de consórcios e parcerias. Já foi tentado várias vezes. É importante, mas não fácil de conseguir, depende de sinergia de valores e capacidade de gerenciar diferenças pessoais e institucionais. Só parcerias bem sucedidas podem enfrentar, a médio prazo, os grandes grupos que atuam nacionalmente.
Mudanças perceptíveis na educação a distância 
- Maior “presencialidade” digital, audiovisual, seja ao vivo – teleaula ou gravação em webaula. Os modelos vencedores mostram muito mais o professor, criam vínculos com a sua imagem e palavra.
- Maior flexibilidade de processos, comunicação quando necessário, equilíbrio entre o percurso pessoal e a interação grupal. Integração de ambientes formais digitais, que permitem o controle acadêmico, com ferramentas abertas, redes sociais.
- Produção digital predominante, e-books com toda a riqueza de vínculos, imagens, vídeos, conexões, mobilidade. A migração para o digital, mesmo num país com tantas contradições, é inexorável, pelo barateamento de custos, diminuição de custos de transporte, facilidade de atualização.
- Avaliação digital, nos momentos presenciais exigidos.  É complicado, caro e inseguro realizar as avaliações presenciais em papel e enviá-las pelo correio para serem corrigidas na sede da instituição. Como até o momento há uma exigência legal de avaliação presencial no Brasil nos cursos superiores autorizados, pode ser feita com provas digitais feitas em laboratório, com supervisão de tutores presenciais e programas de segurança e identificação dos alunos. Podem ser aplicadas diferentes provas, de um banco de questões, com o mesmo grau de dificuldade.
Podemos avançar muito na personalização das propostas, mais abertas, com forte aprendizagem colaborativa, em redes flexíveis e respeito ao caminho de cada um. Em cursos de longa duração, como os da graduação, o aluno poderia ter seu orientador, como acontece na pós-graduação. Esse orientador seria o principal interlocutor responsável pelo percurso do aluno, com ele definiria as disciplinas mais adequadas, as atividades mais pertinentes, os projetos mais relevantes. Teremos cursos mais síncronos e outros mais assíncronos, alguns com muita interação e outros com roteiros predeterminados, uns com mais momentos presenciais enquanto que outros acontecem na WEB. Essa flexibilidade de processos e modelos é fundamental para avançar mais, para adequar-nos às inúmeras possibilidades e necessidades de formação contínua de todos.
Diante da dificuldade de muitos alunos, com pouca autonomia intelectual, em adaptar-se ao processo de aprendizagem a distância, poderiam ter um processo de entrada mais suave na EAD. Começar com uma ambientação tecno-pedagógica mais forte, feita presencialmente em parte, em laboratórios, com bastante mediação tutorial.
O período inicial desses cursos teria uma carga horária presencial um pouco maior do que a habitual e as atividades digitais mais supervisionadas. Com essa transição mais suave entre o modelo presencial - a que os alunos estão habituados - para o a distância, eles não desistiriam tanto nessa primeira etapa nem estranhariam tanto todas as mudanças. 
Estamos diante de muitas mudanças, em uma fase em que temos que repensar a educação como um todo, em todos os níveis e a legislação da educação a distância é bastante detalhista e restritiva. Precisamos ter sensibilidade legal para evitar uma asfixia burocrática numa fase de grandes mudanças, e ao mesmo tempo sinalizar alguns limites para cada momento histórico. Estamos numa área onde conceitos como o de espaço, tempo, presença (física/virtual) são muito mais complexos e que exigem uma atenção redobrada para superar modelos convencionais, que costumam servir como parâmetro para avaliar situações novas.
A integração entre o presencial e a distância: mudança estratégica no ensino superior
Para que as instituições grandes e pequenas possam continuar no ensino superior, é importante que assumam o mesmo modelo de currículo e oferta no presencial e no EAD.  Que elaborem um projeto estratégico único e integrado, que permita a sinergia entre equipes, metodologias, conteúdo, infraestrutura, marketing.
O caminho é o da convergência em todos os campos e áreas: prédios (EAD também dentro de unidades presenciais – pólos); integração de plataformas digitais; produção digital de conteúdo integrada (os mesmos materiais para as mesmas disciplinas do mesmo currículo).
Isso favorece a mobilidade de alunos e professores. Alunos podem migrar de uma modalidade para outra sem problemas, podem fazer algumas disciplinas comuns – alunos a distância e presenciais cursando disciplinas comuns. Professores podem participar das duas modalidades e ter maior carga docente. Isso permite maior interoperabilidade de processos, pessoas, de produtos e metodologias, com grande escalabilidade, visibilidade e redução de custos.  Os alunos poderão escolher o modelo que mais lhes convier, aprenderão mais e as instituições poderão oferecer um ensino de qualidade, moderno e dinâmico, a um custo competitivo.
Infelizmente predomina ainda, na maioria das instituições, a inércia de repetir ano após ano os mesmos modelos de organizar os processos acadêmicos, os currículos, a forma de dar aula, de avaliar. As mudanças são mais pontuais, periféricas, do que profundas.
A conjugação de inovação e redução de custos é poderosa e possível.  As instituições que implantam um modelo, que equilibre economia com inovação, serão vencedoras e avançarão muito mais rapidamente do que as que continuem repetindo, ano após ano, o modelo convencional.

Disponível em http://www.eca.usp.br/prof/moran/estrategica.html escrito por José Manuel Moran Especialista em mudanças na educação presencial e a distância

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____10 erros de redação____


Um jovem estudante enviou um e-mail solicitando orientações práticas para escrever. Ele quer conhecer os 10 erros e os 10 acertos na redação de um texto. A mídia acostumou as pessoas ao número 10 – Os 10 livros mais vendidos; as 10 músicas mais escutadas; os 10 artistas mais famosos de Hollywood; as 10 mulheres mais belas do mundo. Por que não os 10 acertos ou os 10 piores erros de redação?
Começarei com as más notícias e deixarei as boas para os próximos dias. Iniciarei com os dez erros. Segundo minha opinião, cada educador deve ter sua lista, mas coloco a minha – que não é definitiva - no intuito de auxiliar os estudantes. E não falo de erros ortográficos – tem especialistas que cuidarão da nova ortografia – eu falo da maneira de estruturar um texto.
O aforismo esclarece que “a crítica é fácil e a arte difícil”. E é assim mesmo, quando a gente olha o texto de outro parece que é tão... como dizer... pobrezinho! Sem imaginação, cheio de erros. Céus! Como eles escrevem mal, pensamos. Mas quando é nosso texto que está em julgamento sempre achamos uma maneira de dissimular os desacertos.
Existem erros que são como chicotadas nas cabeças e corações dos queridos professores.
Então, não massacre o professor com erros pungentes. (Lembre que eles são os felizes possuidores de armas letais chamadas notas).
Eu fiz uma lista dos dez erros comuns. São orientações que podem ajudar no momento “h”:
1) Evite escrever um texto longo demais. Só autores muito especiais podem fazer isso sem cansar o leitor. Textos longos têm tendência de serem monótonos.
2) Cuidado com as repetições de palavras ou de ideias. Leia e releia seus textos para cortar repetições. Corte as redundâncias. Entre as mais comuns: subi para cima, desci para baixo, sai para fora, entre para dentro, o desenlace final da novela, ganhei um brinde grátis.
3) E o gerúndio? Não caia no gerundismo. Na atualidade existe uma guerra contra o gerúndio. Então não exagere. O gerúndio pode ser usado com bom senso. Não é utilizado quando o verbo está no futuro. Se falar, por exemplo: estarei passando a ligação, alguém poderá assinalar: você está errando. O gerúndio denota ações no presente. Mas o gerúndio pode ser usado corretamente quando transmite ideias de movimento, progressão, duração, continuidade. “ Ficou lendo um livro”, “permaneceu um longo tempo olhando pela janela”,
“ pegando o microfone falou calmamente”, etc.
4) Evite infantilizar o texto colocando diminutivos: Joãozinho brincava com um carrinho com seu amiguinho (até crianças detestam essa forma de falar, pior ainda colocar em textos).
5) Cuidado com o advérbio de modo. Seu uso é correto, mas a abundância de “mente” dá a sensação que estica a frase. Monotonamente.
6) Evite gírias, que podem comprometer uma redação. Com exceção de casos em que o discurso dos personagens exige gírias para dar verossimilhança.
7) Suprima também estrangeirismo. Defenda sua língua. A língua portuguesa é riquíssima. Se o personagem lembra seu passado, porque dizer que o autor faz um flash back, se em português existe a palavra recuo, uma das acepções da palavra recuo é: afastamento no espaço e no tempo.
8) O Romantismo teve uma época de ouro. Porém, as frases usadas pelos escritores e poetas românticos foram mal empregadas e se desgastaram. Algumas tornaram-se clichês como: “o fogo da paixão”, “o amor é como o fogo”, “meu coração sofreu”, “cabelo da cor do trigo”etc.
9) Não exagere. É verdade que às vezes sentimos raiva, e até desejos de dar um soco no nariz de alguém que despreza nossa novela preferida ou que elogia um livro que odiamos. Mas, no momento de escrever temos que tentar... ao menos tentar, argumentar de maneira clara e equilibrada. Nem sempre é possível, eu sei...
10) Uma regra de ouro: Não copie o texto de seu companheiro, talvez ele seja pior escritor do que você.

foi escrito por Isabel Florinda Furini  Escritora, educadora e autora de "O Livro do Escritor", da editora Instituto Memória, Curitiba, 2009. Também escreve poesias e livros para o público infantil.
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A AJUDA DOS PAIS PARA CRIANÇAS QUE COMEÇAM A APRENDER A LER (para pais e educadores)
A tarefa de alfabetizar uma criança é atividade para profissionais. Somente a escola e somente bons professores sabem escolher método mais atualizado, conhecem os saberes infantis no contexto escolar e, dessa forma, podem alfabetizar com segurança. Uma ajuda realizada por pessoas estranhas ao método pode representar mal não menor, que a de alguém que sem preparo específico em uma sala cirúrgica pensa que pode atuar. É por essa razão que quando pais e mães, tios e avós sentem que podem ajudar uma criança a aprender a ler, o que de melhor devem fazer é procurar a escola e com os profissionais da alfabetização, descobrir caminhos em que a intervenção efetivamente colabore. Quando, entretanto, essa possibilidade não se mostra tangível, é importante conhecer alguns procedimentos que ajudando a criança a se envolver com o universo do letramento, em nada atrapalha seu processo de alfabetização e pode ainda positivamente contribuir para que, aprendendo na escola, torne-se leitora melhor.

Entre esses procedimentos, julgamos interessante sugerir:

  • Na entrada da casa, mostre que o mundo da leitura se faz presente no catálogo telefônico que ali, por acaso se acha; em um calendário eventualmente pendurado na parede, quem sabe mesmo neste ou naquele quadro que ainda que não tenha palavras, suscita a vontade de saber se é ou não assinado, quem é seu autor. Inserir a criança no mundo do letramento é ajudá-la descobrir que existem palavras em toda parte e que estas expressam indicações, idéias, orientações. Não é essencial que “se traduza” para a criança a palavra que ali está, mas que possa tornar-se aventureira no desafio de perceber como a sociedade cerca-se de palavras escritas e como é importante na escola aprendê-las.
  • Outro espaço de valor inestimável para essa imersão infantil no mundo da palavra é a cozinha sempre rica em receitas, produtos com rótulos, eletrodomésticos com embalagens ou com dizeres que representam continuidade nesse percurso de descoberta. Não é necessário que esse passeio seja realizado em um só dia; ao contrário é ainda mais útil que a curiosidade da criança, acesa em um aposento a leve perguntar coisas sobre palavras, impressas em rótulos, recados, decorações, etc.
  • Da mesma forma que a cozinha, também o banheiro sempre cheio de remédios, desodorantes, pastas e escovas de pentes, produtos capilares e outros, muito outros, se afiguram úteis.Não apenas o banheiro, mas também um escritório, uma sala de jantar ou mesmo um terraço exibe sempre imenso universo de coisas escritas que podem se prestar a desafios interessantes. É essencial que o acordar dessa curiosidade seja espontâneo e que os desafios não abriguem vontade de acerto. – O que será que está escrito aqui? Você acha que é isso mesmo? Será que não poderia ser outra coisa? Nesta oportunidade, a curiosidade da criança a motiva e uma forma infeliz de truncá-la é assumir o papel de sábio letrado que para cada pergunta, tem sempre uma resposta a oferecer.
Uma ajuda sistemática; um pouquinho hoje, um retorno amanhã; um perpétuo ponto de interrogação sempre pronto para acender a vontade da busca toma em verdade pouco tempo e muito ajuda. Emília Ferreiro sempre destacou que dois mitos na alfabetização merecem cair: o primeiro é de que a alfabetização se encerra na escola e o segundo é de que basta a um adulto saber ler, para que possa a uma criança ensinar a ler. Verdadeiros profissionais não se substituem, mas aceitam com carinho a proposta interessante de uma ajuda bem pensada.

Celso Antunes retirado do site  http://www.celsoantunes.com.br/pt/textos_exibir.php?tipo=TEXTOS&id=30__
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BULLYNG
Bullying – pesquisa 1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Bullying

Bullying é um termo inglês utilizado para descrever actos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully ou "valentão") ou grupo de indivíduos com o objectivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender.Também existem as vítimas / agressoras, ou autores / alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying pela turma.
Caracterização do bullying
No uso coloquial entre falantes de língua inglesa, bullying é frequentemente usado para descrever uma forma de assédio interpretado por alguém que está, de alguma forma, em condições de exercer o seu poder sobre alguém ou sobre um grupo mais fraco.
O cientista sueco - mas que trabalhou por muito tempo em Bergen (Noruega) - Dan Olweus define bullying em três termos essenciais:[2]
1.            o comportamento é agressivo e negativo;
2.            o comportamento é executado repetidamente;
3.            o comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas
O bullying divide-se em duas categorias:[1]
1.            bullying directo;
2.            bullying indirecto, também conhecido como agressão social
O bullying directo é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos.
A agressão social ou bullying indirecto é a forma mais comum em bullies do sexo feminino e crianças pequenas, e é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social. Este isolamento é obtido através de uma vasta variedade de técnicas, que incluem:
•             espalhar comentários;
•             recusa em se socializar com a vítima
•             intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima
•             criticar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da vítima, religião, incapacidades etc.).
O bullying pode ocorrer em situações envolvendo a escola ou faculdade/universidade, o local de trabalho, os vizinhos e até mesmo países. Qualquer que seja a situação, a estrutura de poder é tipicamente evidente entre o agressor (bully) e a vítima. Para aqueles fora do relacionamento, parece que o poder do agressor depende somente da percepção da vítima, que parece estar a mais intimidada para oferecer alguma resistência. Todavia, a vítima geralmente tem motivos para temer o agressor, devido às ameaças ou concretizações de violência física/sexual, ou perda dos meios de subsistência.
Características dos bullies
Pesquisas indicam que adultos agressores têm personalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido sugerido que um deficit em habilidades sociais e um ponto de vista preconceituoso sobre subordinados podem ser factores de risco em particular. Estudos adicionais têm mostrado que enquanto inveja e ressentimento podem ser motivos para a prática do bullying, ao contrário da crença popular, há pouca evidência que sugira que os bullies sofram de qualquer deficit de auto-estima.  Outros pesquisadores também identificaram a rapidez em se enraivecer e usar a força, em acréscimo a comportamentos agressivos, o acto de encarar as acções de outros como hostis, a preocupação com a auto-imagem e o empenho em acções obsessivas ou rígidas.  É frequentemente sugerido que os comportamentos agressivos têm sua origem na infância: "Se o comportamento agressivo não é desafiado na infância, há o risco de que ele se torne habitual”.  Realmente, há evidência documental que indica que a prática do bullying durante a infância põe a ciança em risco de comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta.  O bullying não envolve necessariamente criminalidade ou violência. Por exemplo, o bullying funciona através de abuso psicológico ou verbal.
Tipos de bullying
Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para atormentar os outros. Abaixo, alguns exemplos das técnicas de bullying:
•             Insultar a vítima; acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada;
•             Ataques físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou propriedade;
•             Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar, roupas, etc., danificando-os;
•             Espalhar rumores negativos sobre a vítima;
•             Depreciar a vítima sem qualquer motivo;
•             Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando a vítima
para seguir as ordens;
•             Colocar a vítima em situação problemática com alguém (geralmente,
uma autoridade), ou conseguir uma acção disciplinar contra a vítima, por algo que
ela não cometeu ou que foi exagerado pelo bully;
•             Fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa
(particularmente a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal,
orientação sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra
inferioridade depreendida da qual o bully tenha tomado ciência;
•             Isolamento social da vítima;
•             Usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar
páginas falsas sobre a vítima em sites de relacionamento, de publicação de fotos etc.);
•             Chantagem;
•             Expressões ameaçadoras;
•             Grafitagem depreciativa;
•             Usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém
de fora) enquanto assegura o controle e a posição em relação à vítima (isto ocorre
com frequência logo após o bully avaliar que a pessoa é uma "vítima perfeita").
Locais de bullying
O bullying pode acontecer em qualquer contexto no qual seres humanos interajam, tais como escolas, universidades, famílias, entre vizinhos e em locais de trabalho.
Escolas
Nas escolas, o bullying ocorre geralmente em áreas com supervisão adulta mínima ou inexistente. Ele pode acontecer em praticamente qualquer parte, dentro ou fora do prédio da escola. Um caso extremo de bullying no pátio da escola foi o de um aluno do oitavo ano chamado Curtis Taylor, numa escola secundária em Iowa, Estados Unidos, que foi vítima de bullying contínuo por três anos, o que incluía alcunhas jocosas, ser espancado num vestiário, ter a camisa suja com leite achocolatado e os pertences vandalizados. Tudo isso acabou por o levar ao suicídio em 21 de Março de 1993. Alguns especialistas em "bullies" denominaram essa reacção extrema de "bullycídio". Os que sofrem o bullying acabam desenvolvendo problemas psíquicos muitas vezes irreversíveis, que podem até levar a atitudes extremas como a que ocorreu com Jeremy Wade Delle.  Jeremy matou-se em 8 de Janeiro de 1991, aos 15 anos de idade, numa escola na cidade de Dallas, Texas, EUA, dentro da sala de aula e em frente de 30 colegas e da professora de inglês, como forma de protesto pelos actos de perseguição que sofria constantemente. Esta história inspirou uma música (Jeremy) interpretada por Eddie Vedder, vocalista da banda estadunidense Pearl Jam. Nos anos 1990, os Estados Unidos viveram uma epidemia de tiroteios em escolas (dos quais o mais notório foi o massacre de Columbine). Muitas das crianças por trás destes tiroteios afirmavam serem vítimas de bullies e que somente haviam recorrido à violência depois que a administração da escola havia falhado repetidamente em intervir. Em muitos destes casos, as vítimas dos atiradores processaram tanto as famílias dos atiradores quanto as escolas. Como resultado destas tendências, escolas em muitos países passaram a desencorajar fortemente a prática do bullying, com programas projectados para promover a cooperação entre os estudantes, bem como o treino de alunos como moderadores para intervir na resolução de disputas, configurando uma forma de suporte por parte dos pares.
Dado que a cobertura dos "media" tem exposto o quão disseminada é a prática do bullying, os júris estão agora mais inclinados do que nunca a simpatizar com as vítimas. Em anos recentes, muitas vítimas têm movido acções judiciais directamente contra os agressores por "imposição intencional de sofrimento emocional", e incluindo as escolas como acusadas, sob o princípio da responsabilidade conjunta. Vítimas norte-americanas e as suas famílias têm outros recursos legais, tais como processar uma escola ou professor por falta de supervisão adequada, violação dos direitos civis, discriminação racial ou de género ou assédio moral.
O bullying nas escolas (ou em outras instituições superiores de ensino) pode também assumir, por exemplo, a forma de avaliações abaixo da média, não retorno das tarefas escolares, segregação de estudantes competentes por professores incompetentes ou não actuantes, para proteger a reputação de uma instituição de ensino. Isto é feito para que seus programas e códigos internos de conduta nunca sejam questionados, e que os pais (que geralmente pagam as taxas), sejam levados a acreditar que seus filhos são incapazes de lidar com o curso. Tipicamente, estas atitudes servem para criar a política não escrita de "se és estúpido, não mereces ter respostas; se não és bom, nós não te queremos aqui".
Frequentemente, tais instituições (geralmente em países asiáticos) operam um programa de franquia com instituições estrangeiras (quase sempre ocidentais), com uma cláusula de que os parceiros estrangeiros não opinam quanto a avaliação local ou códigos de conduta do pessoal no local contratante. Isto serve para criar uma classe de tolos educados, pessoas com títulos académicos que não aprenderam a adaptar-se a situações e a criar soluções fazendo as perguntas certas e resolvendo problemas.
Local de trabalho
O bullying em locais de trabalho (algumas vezes chamado de "Bullying Adulto") é descrito pelo Congresso Sindical do Reino Unido como “um problema sério que muito frequentemente as pessoas pensam que seja apenas um problema ocasional entre indivíduos, mas o bullying é mais do que um ataque ocasional de raiva ou briga. É uma intimidação regular e persistente que solapa a integridade e confiança da vítima do bully. E é frequentemente aceita ou mesmo encorajada como parte da cultura da organização".
Vizinhança
Entre vizinhos, o bullying normalmente toma a forma de intimidação por comportamento inconveniente, tais como barulho excessivo para perturbar o sono e os padrões de vida normais ou fazer queixa às autoridades (tais como a polícia) por incidentes menores ou forjados. O propósito desta forma de comportamento é fazer com que a vítima fique tão desconfortável que acabe por se mudar da propriedade. Nem todo comportamento inconveniente pode ser caracterizado como bullying: a falta de sensibilidade pode ser uma explicação.
Política
O bullying entre países ocorre quando um país decide impor sua vontade a outro. Isto é feito normalmente com o uso de força militar, a ameaça de que ajuda e doações não serão entregues a um país menor ou não permitir que o país menor se associe a uma organização de comércio.
Militar
Em 2000 o Ministério da Defesa (MOD) do Reino Unido definiu o bullying como : "...o uso de força física ou abuso de autoridade para intimidar ou vitimizar outros, ou para infligir castigos ilícitos". Todavia, é afirmado que o bullying militar ainda está protegido contra investigações abertas. O caso das Deepcut Barracks, no Reino Unido, é um exemplo do governo se recusar a conduzir um inquérito público completo quanto a uma possível prática de bullying militar. Alguns argumentam que tal comportamento deveria ser permitido por causa de um consenso académico generalizado de que os soldados são diferentes dos outros postos. Dos soldados espera-se que estejam preparados para arriscarem as suas vidas, e alguns acreditam que o seu treino deveria desenvolver o espírito de corpo para aceitar isto.  Em alguns países, rituais humilhantes entre os recrutas têm sido tolerados e mesmo exaltados como um "rito de passagem" que constrói o carácter e a resistência; enquanto em outros, o bullying sistemático dos postos inferiores, jovens ou recrutas mais fracos pode na verdade ser encorajado pela política militar, seja tacitamente ou abertamente (veja dedovs / china). Também, as forças armadas russas geralmente fazem com que candidatos mais velhos ou mais experientes abusem - com socos e pontapés - dos soldados mais fracos e menos experientes.
Alcunhas ou apelidos (dar nomes)
Normalmente, uma alcunha (apelido) é dada a alguém por um amigo, devido a uma característica única dele. Em alguns casos, a concessão é feita por uma característica que a vítima não quer que seja alardeada, tal como uma verruga ou forma obscura em alguma parte do corpo. Em casos extremos, professores podem ajudar a popularizá-la, mas isto é geralmente percebido como inofensivo ou o golpe é subtil demais para ser reconhecido. Há uma discussão sobre se é pior que a vítima conheça ou não o nome pelo qual é chamada. Todavia, uma alcunha pode por vezes tornar-se tão embaraçosa que a vítima terá de se mudar (de escola, de residência ou de ambos).

Bullying – pesquisa 2 http://www.bullying.com.br/BConceituacao21.htm

O que é Bullying?
O termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adoptadas por um ou mais estudantes contra outros, causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os actos repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima.
Por não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as situações de BULLYING possíveis, o quadro, a seguir, relaciona algumas acções que podem estar presentes:
Colocar apelidos
Ofender
Zoar
Gozar
Encarnar
Sacanear
Humilhar
Fazer sofrer
Discriminar
Excluir
Isolar
Ignorar
Intimidar
Perseguir
Assediar
Aterrorizar
Amedrontar
Tiranizar
Dominar
Agredir
Bater
Chutar
Empurrar
Ferir
Roubar
Quebrar pertences
Onde o Bullying ocorre?
O BULLYING é um problema mundial, sendo encontrado em toda e qualquer escola, não estando restrito a nenhum tipo específico de instituição: primária ou secundária, pública ou privada, rural ou urbana. Pode-se afirmar que as escolas que não admitem a ocorrência de BULLYING entre os seus alunos, ou desconhecem o problema, ou se negam a enfrentá-lo.
De que forma os alunos se envolvem com o Bullying?
Seja qual for a actuação de cada aluno, algumas características podem ser destacadas, como relacionadas aos papeis que venham a representar:
- alvos de Bullying - são os alunos que só sofrem BULLYING;
- alvos/autores de Bullying - são os alunos que ora sofrem, ora praticam
BULLYING;
- autores de Bullying - são os alunos que só praticam BULLYING;
- testemunhas de Bullying - são os alunos que não sofrem nem praticam
Bullying, mas convivem em um ambiente onde isso ocorre.
Os autores são, comummente, indivíduos que têm pouca empatia. Pertencem a famílias desestruturadas, nas quais há pouco relacionamento afectivo entre seus membros. Os seus pais exercem uma supervisão pobre sobre eles, toleram e oferecem como modelo para solucionar conflitos o comportamento agressivo ou explosivo. Admite-se que os que praticam o BULLYING têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adoptar, inclusive, atitudes delinquentes ou criminosas.
Os alvos são pessoas ou grupos que são prejudicados ou que sofrem as consequências dos comportamentos de outros e que não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir ou fazer cessar os actos danosos contra si. São, geralmente, pouco sociáveis. Um forte sentimento de insegurança os impede de solicitar ajuda. São pessoas sem esperança quanto às possibilidades de se adequarem ao grupo. A baixa auto-estima é agravada por intervenções críticas ou pela indiferença dos adultos sobre seu sofrimento. Alguns crêem ser merecedores do que lhes é imposto. Têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efectivamente aos actos de agressividade sofridos. Muitos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando a simular doenças. Trocam de colégio com frequência, ou abandonam os estudos. Há jovens que estrema depressão acabam tentando ou cometendo o suicídio.
As testemunhas, representadas pela grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam em razão do temor de se tornarem as "próximas vítimas". Apesar de não sofrerem as agressões directamente, muitas delas podem se sentir incomodadas com o que vêem e inseguras sobre o que fazer. Algumas reagem negativamente diante da violação de seu direito a aprender em um ambiente seguro, solidário e sem temores. Tudo isso pode influenciar negativamente sobre sua capacidade de progredir académica e socialmente.
Os rapazes, com uma frequência muito maior, estão mais envolvidos com o Bullying, tanto como autores quanto como alvos. Já entre as meninas, embora com menor frequência, o BULLYING também ocorre e se caracteriza, principalmente, como prática de exclusão ou difamação.
Quais são as consequências do Bullying sobre o ambiente escolar?
Quando não há intervenções efectivas contra o BULLYING, o ambiente escolar torna-se totalmente contaminado. Todas as crianças, sem excepção, são afectadas negativamente, passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo. Alguns alunos, que testemunham as situações de BULLYING, quando percebem que o comportamento agressivo não trás nenhuma consequência a quem o pratica, poderão achar por bem adoptá-lo.
Reacções de crianças vítimas de BULLYING:
- depois de muito sofrerem, esses alunos utilizaram a arma como
instrumento de "superação” do poder que os subjugava.         
- os seus alvos, em praticamente todos os casos, não eram os alunos que os
agrediam ou intimidavam. Quando resolveram reagir, o fizeram contra todos da
escola, pois todos teriam se omitido e ignorado seus sentimentos e sofrimento.
As medidas adoptadas pela escola para o controle do BULLYING, se bem aplicadas e envolvendo toda a comunidade escolar, contribuirão positivamente para a formação de uma cultura de não-violência na sociedade.
Quais são as consequências possíveis para os alvos?
As crianças que sofrem BULLYING, dependendo de suas características individuais e de suas relações com os meios em que vivem, em especial as famílias, poderão não superar, parcial ou totalmente, os traumas sofridos na escola. Poderão crescer com sentimentos negativos, especialmente com baixa auto-estima, tornando-se adultos com sérios problemas de relacionamento. Poderão assumir, também, um comportamento agressivo. Mais tarde poderão vir a sofrer ou a praticar o BULLYING no trabalho (Workplace BULLYING). Em casos extremos, alguns deles poderão tentar ou a cometer suicídio.
E para os autores?
Aqueles que praticam Bullying contra seus colega poderão levar para a vida adulta o mesmo comportamento anti-social, adoptando atitudes agressivas no seio familiar (violência doméstica) ou no ambiente de trabalho.
Estudos realizados em diversos países já sinalizam para a possibilidade de que autores de Bullying na época da escola venham a se envolver, mais tarde, em actos de delinquência ou criminosos.
E quanto às testemunhas?
As testemunhas também se vêem afectadas por esse ambiente de tensão, tornando-se inseguras e temerosas de que possam vir a tornar-se as próximas vítimas.

Bullying – pesquisa 3 http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/action/2/cnt_id/2231/

Bullying não é brincadeira
Na algazarra dos recreios da escola, há crianças que sofrem em silêncio pelos maus-tratos perpetrados pelos colegas. As vítimas de bullying - um fenómeno que tem ganho algum protagonismo em Portugal - raramente oferecem resistência. E, perante os abusos infligidos, apenas respondem calados, com medo de retaliação. Agridem os colegas da escola, humilham-nos em público e exercem chantagem psicológica e emocional. Será que se trata de brincadeiras de crianças e próprias da idade?  Para a pedopsiquiatra Ana Vasconcelos, estes comportamentos apontam para algo que está errado. "O humano é um ser gregário, por isso, há que avaliar as situações em que a relação com o outro se encontra marcada por um carácter agressivo."
Introduzido nos países escandinavos, no início da década de 80, o termo inglês "bullying" tem sido alvo de estudo nos últimos anos. O conceito define "comportamentos de natureza agressiva, entre pares, com a intenção de provocar dano", diz Sónia Seixas, doutorada em Psicologia e autora de uma tese sobre bullying em contexto escolar.
A psicóloga indica, porém, que, embora este fenómeno tenha ganho eco nos últimos anos, o comportamento em si não é novo. "Há, agora, um olhar mais atento e direccionado para estas práticas", explica. Ana Vasconcelos defende, ainda, que "sempre houve brigas entre miúdos". Mas, no caso do bullying, a violência não é pontual. "Estes comportamentos repetem-se no tempo", adianta a pedopsiquiatra.
E o que está na base desta violência gratuita? "Há alturas em que a criança, para se sentir segura, precisa de mostrar aos outros que é mais forte", afiança Ana Vasconcelos. E completa: "O bullying pode ser encarado como uma forma de exorcizar os medos." Para garantir a conquista pelo poder, "os agressores vão detectando as suas vítimas nos recreios da escola". O bullying baseia-se, por isso, numa luta desigual: há uma vítima e um agressor (também conhecido por bully). Segundo a pedopsiquiatra, as vítimas são, normalmente, "miúdos emocionalmente retraídos e com menos capacidades para encontrarem soluções ou fazerem queixa".
A psicóloga Sónia Seixas diz que nestes comportamentos "está implícita uma desigualdade de estatuto e de poder entre os alunos envolvidos". E, no contexto escolar, todos os motivos são válidos para colocar a vítima numa situação de inferioridade. "O agressor exerce a sua supremacia através da força física, pelo facto de ser mais velho, de ter mais popularidade na escola e de ter um grupo de pares mais alargado.
Contrariamente à vítima, que, regra geral, é um aluno mais negligenciado, mais rejeitado e com menos amigos que o defendam."
Silêncio dos "inocentes"
O que diferencia um comportamento de bullying de outros comportamentos? Pode-se extrapolar um episódio de violência esporádica e apelidá-lo de bullying? Os critérios de "intencionalidade e agressividade sistemática" são aqueles que, na opinião de Sónia Seixas, "ajudam a distinguir o bullying de outros actos ofensivos".
Confronto de pesquisas:
Em todas as três pesquisas transcritas, verificam-se pormenores comuns na caracterização do acto “bullying”, dos agressores “bullies” e das vítimas / alvo               Não sendo um caso novo, nos finais do século XX, este acto de agressão repetida tornou-se alarmante em todo o mundo e não só nas escolas entre adolescentes e jovens, mas também entre adultos em locais de trabalho e unidades militares. Geralmente os textos não dão “soluções práticas” indicando o seguimento e o tratamento dos factos para pessoal técnico de saúde especializado (psiquiatria) e uma chamada de atenção a todos os educadores e sistemas de educação. Em súmula, a prevenção do bullying entre estudantes e outros constitui-se numa necessária actuação na saúde pública e medidas sociais, capazes de possibilitar um pleno desenvolvimento das crianças e dos adolescentes, habilitando-os para uma convivência social sadia e segura.
Comentário sobre bullying:
Em vários estudos, criminológicos e sociais, verifica-se que a violência é, acima de tudo, um problema social e de saúde pública, num alarmante crescendo em todo o mundo, com sérias causas e consequências, quer individuais, quer sociais, especialmente entre os jovens. De uma forma consensual, diz-se que a violência pode ser evitada e minimizados os seus impactos e os factores que geram os actos violentos. Geralmente a mais noticiada, por ser a que mais choca e preocupante, é a violência escolar cometida jovens com idades entre 6 e os 21 anos. O comportamento violento pode ser percebido durante a puberdade se os jovens tendem a adoptar atitudes cada vez mais agressivas e acções criminosas na adolescência que culminará em violência na fase adulta. A violência, sobretudo, nas escolas é um problema social grave e complexo e o tipo mais frequente e visível da violência juvenil. O termo "violência escolar ou bullying" diz respeito a todos os comportamentos agressivos e anti-sociais, incluindo os conflitos interpessoais, danos nos pertences individuais e colectivos e a prática de acções do foro criminal.
Os factores externos – violência familiar, bairro social em degradação social, meio social violento e criminoso, etc. - são, na maior parte dos casos de violência, a causa principal motivadora e pode ultrapassar a competência e condicionar a actuação das entidades escolares, pelo que, por si só, são incapazes de estancar o problema sem que para isso não haja uma excelente parceria com os meios judiciais, sociais e de protecção de menores. Mas mais grave que isso, é a tentativa de se ignorar o problema ou adiar as acções necessárias para o detectar e eliminar. Sem uma intervenção eficaz, tanto a nível preventivo, quer a nível protector, na debelação do problema, a violência tenderá a aumentar com resultados extremos como tem vindo a acontecer nos últimos tempos. Numa sociedade permissiva, a chamada “liberdade pessoal” será sempre uma fraude condicionada, quiçá negada, pelo terror da violência e um estado denominado “de direito” será somente um fantoche movimentando-se em conjunção da inércia incapacitante e dos “ventos de mudança ao sabor da contagem de votos partidários”, ou seja uma cobardia não-actuante que dança sobre papelinhos de leis ineficazes “per si”.
Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=140155#ixzz26GUwHjZF  Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives__
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Hino Racional Brasileiro


Ouviram entre zangas às margens ácidas

De um povo paranóico, ignorante:

Dessa sociedade o mais estúpido

Tornou-se deputado nesse instante



Sem penhor à igualdade,

É difícil conquistar sem ter suporte

Eu receio privacidade

Já venderam o país de Sul a Norte



Está tramada

Outra cilada

Salve-me! Salve-me!



Brasil, me ponho tenso, caio ínfimo

E toda esperança desvanece

Se o teu formoso é réu, risonho cínico

A imagem do dinheiro o engrandece



Gigante. A cadeia é sua empresa

E eu para encher o bucho há tanto esforço

E meu futuro espelha uma pobreza

Escancarada!



Entre outros mil, sofro com o frio,

Sem chão, sem casa...



Com os filhos desse solo és mãe senil

Pátria amarga Brasil!



Se na Europa é tudo tão esplêndido

Aqui a gente só vai para o fundo

Usuras do Brasil, chorão da América

Incriminado sou de vagabundo



"Tua terra é inimiga,

Não encontro nem trabalhos sofredores;

Meu estoque de comida,

Na cueca querem pôr os Senadores”



Ó pátria inata,

E dólar trata,

Salve-me! Salve-me!



Brasil, o Bolsa-escola virou símbolo
Pingado que sustenta um bom bocado
Mendigo vede o dolo dessa fórmula:
Por cento e trinta, o seu voto é trocado

Mas, se ergue a justiça lasca o pobre
Verás que quando qualquer rico furta
Não teme, chora, ou implora: a sua sorte
Está comprada!

Entre outras mil, ninguém te viu,
Fazendo nada!

Que nossa presidenta imbecil
Faço algo ao Brasil!

Por: Cicero Fernando Ferreira Teixeira